Meiahora - RJ

Morte na fila da UTI

Idosa aguarda 12 dias por vaga e morre durante transferên­cia, após apelo à Justiça

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Após esperar 12 dias por um leito de Unidade de Tratamento Intensivo ( UTI), uma paciente de Covid- 19, Dilma Miranda, de 61 anos, morreu na madrugada de ontem durante a transferên­cia do Hospital do Andaraí para o Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari. A idosa chegou a ficar seis dias do seu período de internação em uma cadeira, mesmo com sintomas da doença.

Walquíria Miranda, filha de Dilma, contou que, no dia 30 de novembro, quando saiu a confirmaçã­o do caso, sua mãe disse: “Wal, pede para Deus me levar, pois eu não aguento mais sentir dor e ficar sentada na cadeira”.

Diante da gravidade do caso, Walquíria recorreu à Defensoria Pública para entrar na Justiça e garantir o acesso da mãe à UTI. Depois de três liminares, a família teve um parecer favorável e passou a aguardar um leito em uma Unidade de Tratamento Intensivo, o que ocorreu na noite de segunda- feira, sem que a família fosse avisada. Finalmente, ao tomarem conhecimen­to, Walquíria e o irmão foram ao Hospital do Andaraí e souberam que a mãe havia tido uma parada cardíaca. “Lá em Acari, eles ficaram 50 minutos com a minha mãe em uma sala. Depois, eles vieram nos contar que ela havia sofrido duas paradas cardíacas, uma no Andaraí e outra no Ronaldo Gazolla”, completou a filha.

O corpo de Dilma foi enterrado ontem, no Cemitério de Irajá. “Sinto muita revolta e sofrimento”, disse Walquíria.

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que Dilma já chegou ao Ronaldo Gazolla com “quadro gravíssimo e extremamen­te instável” e foi feito todo o possível para estabiliza­r a paciente.

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REPRODUÇÃO Dilma Miranda, de 61 anos, esperou 12 dias por uma vaga na UTI, seis deles em uma cadeira

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