DESCASO E MORTE
Homem não é atendido em clínica, cai na calçada e morre atropelado por ônibus
De um lado, um carioca comum, que vivia de pequenos bicos e, quando podia, tinha no carteado com amigos o principal passatempo. Do outro, uma sucessão de negligências que culminam em mais uma tragédia. Parentes de Gilson de Souza Lopes, de 57 anos, acusam a Clínica da Família Aloysio Novis, na Penha, de ter negado atendimento ao homem, que saiu do local ainda tonto, tropeçou em um desnível na calçada e morreu atropelado por um ônibus, à luz do dia, em frente à unidade de saúde. O acidente aconteceu na manhã da segundafeira e o corpo só foi removido cinco horas depois.
A sobrinha da vítima, Raquel Lopes, estava em casa quando recebeu a notícia. Ao chegar, ela o encontrou já morto na rua. Um ônibus da empresa Transporte Fabio’s atropelou Gilson da cintura para cima. Parentes que estiveram no Instituto Médico Legal ( IML) tiveram que reconhecê- lo pelos pés.
“As pessoas que estavam em volta disseram que ele chegou lá por volta das 7h, ficou na fila, tentou o primeiro atendimento e não conseguiu. Funcionários da clínica diziam que, por ser caso de emergência, ele deveria ir pra UPA ( Unidade de Pronto Atendimento), ou pro Hospital Getúlio Vargas. Mas ele não tinha condições de ir sozinho. No segundo atendimento, ele falou: ‘ meu peito está doendo muito, eu preciso de atendimento’. Então uma funcionária pediu para que ele se retirasse porque não teria atendimento, e que ele não poderia ficar dentro da unidade por conta da Covid- 19. O colocaram para fora”, disse Raquel.