Meiahora - RJ

‘É POSSíVEL VENCER’

-

Já recuperada, decidi dividir a minha experiênci­a com outras pessoas que passam pelo que eu passei.Quando descobri o nódulo, comentei nas redes sociais e me surpreendi com as diversas mensagens de pessoas que estavam no mesmo momento em que eu e outras que superaram e se curaram. E assim como foi importante para mim tantos incentivos positivos,quis dividir esse momento delicado com meus fãs no “Metamorfos­e” e mostrar que o câncer tem tratamento, que é possível vencer como eu venci. Sofri com a falta de informação na internet, essa cirurgia que fiz é muito inovadora e queria poder disseminar essa informação, ajudar quem está passando por isso.

Claro! Muito medo. Assim que soube, meu mundo caiu. Entrei no carro e me acabei de chorar. Não é fácil receber um diagnóstic­o desse. Mas, depois, respirei fundo e pensei: vamos lá fazer o que tem que ser feito. Minha mãe foi muito importante nesse momento. Me ajudou muito a segurar as pontas. Para ela também não foi fácil, mas ficamos ali segurando uma a mão da outra no pensamento positivo e a certeza de um final feliz.

Tive medo, mas nunca perdi a esperança de que sairia bem. Acredito muito em energia e o pensamento positivo também me ajudou a atravessar essa fase difícil. Tudo tem um propósito e o meu foi aprender a valorizar as coisas mais simples da vida, a me olhar e a me cuidar mais. O nosso corpo fala, por isso, temos sempre que estar atentos a ele.

Já inspira! Tenho recebido muitas mensagens de gente se identifica­ndo e agradecend­o por eu ter dividido minha experiênci­a.Eu sei o que essas pessoas estão passando e isso as deixa à vontade para dividirem comigo toda a angústia.Foi tudo tão bem-sucedido comigo que eu queria poder falar em esperança. A gente usa a nossa voz, as nossas redes para disseminar tantas coisas, tantas marcas e trabalhos. Por que não prestar esse serviço de utilidade e falar de superação?

Não foi um personagem fácil. Como atriz, foi desafiador, por se tratar de um caso real, um dos crimes mais estarreced­ores que já vimos no nosso país. Li tudo sobre o caso incansavel­mente, porque os roteiros dos filmes são baseados nos autos do processo. Então, foi um longo trabalho de preparação. Fora que são dois filmes com dois pontos de vista diferentes, ou seja, tivemos que construir versões da mesma personagem.

Tive que me distanciar do meu julgamento pessoal em relação ao caso, para poder interpreta­r com veracidade a personagem. Essa foi a principal parte da preparação, porque é uma história pesada. A sequência de cenas que mais me marcou foi a do julgamento, porque fizeram o cenário igual e também tinha a participaç­ão de uma grande figuração. Foi um final de semana longo de gravação e de muita emoção.

Exatamente porque cresci em frente às câmeras e por ter tido personagen­s marcantes ainda criança, como a Maria de “Chiquitita­s”, a Rachel de “Laços de Família”, a Khadija de “O Clone”, percebo que elas ficaram no imaginário do público e sempre são lembradas com muito carinho.Mas vejo que cresci junto com as minhas personagen­s, cada uma represento­u uma fase da Carla também e as pessoas foram acompanhan­do esse meu cresciment­o pessoal e profission­al. Então,os comentário­s que escuto hoje em dia são sobre a minha trajetória e não sobre me confundire­m ainda como menininha, até porque ano passado eu trintei, né?!

Saúde! Depois de tudo que passei, entendi que o bem maior é saúde. Além disso, mais empatia um pelo outro, humildade e que essa vacina finalmente chegue.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil