Meiahora - RJ

LEONARDO ROCHA

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Quais são os elementos que fazem de uma música um verdadeiro sucesso? Essa é a pergunta de ouro que todo compositor gostaria de responder. E apesar do mistério permanecer sem solução, verdade seja dita: basta ouvir a vinheta“HIT-MA-KER”para saber que teremos um hit de qualidade. Donos dos maiores sucessos do pop e funk da atualidade, André Vieira, Wallace Viana e Pedro Breder formam o Hitmaker, grupo responsáve­l por diversos hits de Anitta, Ludmilla, Lexa,Valesca Popozuda,Pocah e Luísa Sonza.

Depois de tantas colaboraçõ­es, os meninos saem, agora, dos bastidores e se lançam como cantores na faixa Bota o Colete, ao lado da Sapequinha. Cria do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, André Vieira ressalta a pluralidad­e cultural da favela para seu entendimen­to com a música. “A vivência na comunidade trás uma experiênci­a cultural ímpar. O funk, o forró, o samba e tantos outros estilos musicais presentes nas favelas, com certeza, fazem parte dessa construção. Costumo dizer que a música é viva na comunidade,mutável,está em constante mudança e isso é mágico.”

Se, na adolescênc­ia, o rapaz se divertia com clássicos do Funk Brasil,que completa exatos 32 anos do seu primeiro lançamento,hoje,é ele que embala a garotada periférica com a assinatura das suas produções em Beijinho no Ombro, de Valesca, Combatchy, deAnitta,e Cheguei, de Ludmilla.Só para citar algumas.“Fico feliz em servir de inspiração para tantos jovens de periferia que sonham com um futuro melhor para si e suas famílias. Isso me motiva cada vez mais em continuar e de alguma forma ajudar os sonhadores como eu”, afirma.

Mesmo não tendo uma resposta concreta,o segredo para um verdadeiro hit parece simples.“Fazer músicas com carinho, dedicação. Fazer e acreditar é a receita”, diz.

Apesar de não morar mais no Dendê, graças aos frutos que a música lhe deu, o produtor,compositor e,agora,cantor acredita no poder da arte como fonte transforma­dora, ressaltand­o a potenciali­dade do povo periférico.“Essa vivência ensina muito sobre empatia, coletivida­de, solidarie- dade. É o real significad­o da frase ‘nós por r nós’”,avalia o artista,que não fecha os olhos s para o que ainda é preciso se transforma­r r para toda essa gente andar tranquilam­ente e na favela onde nasceu.“As políticas públi- cas ainda deixam muito a desejar quando o pensamos nas comunidade­s. Segurança, , saúde...São pontos básicos que pessoas que moram em periferias ainda sofrem dificuldad­es para terem acesso”, destaca.

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