Meiahora - RJ

PEGAR METRÔ

Tarifa sobe hoje de R$ 5 para R$ 5,80, um peso de 16% a mais no bolso do trabalhado­r

- YURI EIRAS

Os passageiro­s do metrô devem preparar o bolso. A partir de hoje, a tarifa do MetrôRio sobe de R$ 5 para R$ 5,80, um aumento de 16%. O reajuste anual será menor do que os R$ 6,30 previstos no contrato e homologado­s pela agência reguladora do setor, a Agetransp. Ainda assim, usuários afirmam que o aumento de

Em nota oficial divulgada ontem, a concession­ária MetrôRio disse que “apesar das dificuldad­es financeira­s, a concession­ária, além de manter os mesmos intervalos praticados no período pré-pandemia nos horários de pico, com oferta máxima da frota, adotou as melhores práticas de higienizaç­ão de trens e estações”.

A empresa assinalou também que “a operação segue em pleno funcioname­nto, tanto na linha 4 quanto nas linhas 1 e 2, em horário regular e com todas as estações abertas”.

O MetrôRio disse ainda já ter acumulado prejuízos de mais de R$ 650 milhões desde o início da pandemia da Covid-19, por conta da queda no número de usuários. Atualmente, segundo a empresa, aproximada­mente 390 mil passageiro­s circulam por dia no metrô. Antes da pandemia, eram 900 mil por dia.

R$ 0,80 fará diferença, principalm­ente com a crise econômica gerada pela pandemia.

O carioca que usa o metrô de segunda a sexta-feira, na ida e na volta para casa, gastará R$35,20 a mais por mês. Quem não recebe vale-transporte, desembolsa­rá R$ 255,20 mensais durante a semana, valor que representa aproximada­mente 23% do atual salário mínimo nacional (R$ 1.100).

POR MÊS,

É um aumento que afeta bolsos como o de Sônia Souza, de 48 anos. Desemprega­da há quatro meses, a moradora de Belford Roxo usa o metrô para entregar currículos no Centro do Rio.“É uma diferença brutal no dia a dia. Não pego sempre, mas para uma pessoa que busca trabalho há quatro ou cinco meses, como eu, fica apertado demais”, lamenta Sônia.

Colegas de trabalho, os administra­dores Elizeu Fernandes e Adriano Sales tomaram um susto com o aumento. “Esse reajuste do metrô vai demorar para entrar no Bilhete Único. Fico na torcida para entrar logo. Faz diferença”, comenta Adriano. “A questão maior é a qualidade. A tarifa sobe, mas o serviço tem se deteriorad­o. Os horários nos dias de semana não dão vazão, a superlotaç­ão é terrível”, reclama Elizeu.

O reajuste para R$ 5,80,e não mais para R$ 6,30 foi combinado após negociaçõe­s entre a concession­ária e o governo do estado. A Secretaria Estadual de Transporte­s e o MetrôRio afirmaram que o acordo que evitou o aumento para R$ 6,30 não prevê, necessaria­mente, que o próximo reajuste, em 2022, seja para este valor. A nova tarifa será feita com base na variação do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M).

“O governo vinha utilizando as novas linhas para compensar esse valor, concedendo mais tempo à concession­ária, mas eles têm um número para manter o equilíbrio do orçamento.Efetivamen­te, as perdas devem ser verdadeira­s e é situação muito difícil.Não há dinheiro público para compensar as perdas, e a única maneira a se fazer isso é o aumento da tarifa”, analisou o professor de Finanças Gilberto Braga.

Os colegas de trabalho Adriano Sales e Elizeu Fernandes torcem para Bilhete Único absorver aumento e serviço do transporte melhorar

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ESTEFAN RADOVICZ

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