APÓS RACHA
Um assassinato em Saracuruna, Duque de Caxias, em janeiro do ano passado, foi o estopim de uma investigação que resultou, ontem, em uma grande operação contra a milícia de Marcos Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri. A ação, para cumprir quatro mandados de prisão e 21 de busca e apreensão, ocorreu em Del Castilho e naquele bairro caxiense.
A morte aconteceu devido a um racha no grupo paramilitar. As investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) apontam que a quadrilha de Catiri matou Guilherme Bahia dos Santos. “O Guilherme pretendia executar os irmãos Rodrigo e Rafael, integrantes do grupo. Mas eles se anteciparam e vitimaram Guilherme”, explicou o delegado Moysés Santana.
Catiri e os dois irmãos eram alvos da operação de ontem, mas não foram localizados. Sete pessoas foram presas: três por conta de mandados de prisão, dois em flagrante por porte ilegal de arma e dois por organização criminosa. Foram apreendidos celulares, munições e armas de fogo, além de uniformes com a palavra “POLÍCIA”, usados nas extorsões a comerciantes e moradores.
Durante a operação na Favela Fernão Cardim, em Del Castilho, foram retiradas ligações em postes para gatonet e câmeras usadas pela milícia para monitorar o local. A ação contou com 150 policiais. “Vamos continuar firmes nesse combate (às milícias)”, enfatizou o delegado Moysés Santana.
AGENTES PASSAM
Segundo a investigação, o • grupo de Marquinho Catiri atua fazendo extorsões, ameaças e explorando serviços de gatonet, mototáxi e segurança em Saracuruna, Caxias, e na Favela Fernão Cardim, em Del Castilho.
Os agentes perceberam que os indiciados pelo assassinato de Guilherme formavam uma organização criminosa caracterizada pela divisão de tarefas para obter, direta ou indiretamente, lucro por meio de crimes.
Sobre o material apreendido, o delegado Moysés Santana disse que “será levado à analise pela perícia, sendo importante para novas investigações”.
A Delegacia de Repres• são às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais ( Draco) prendeu, ontem, o irmão de Wellington Silva Braga, o Ecko, miliciano mais procurado do Rio. Wallace da Silva Braga, o Batata, foi localizado em Campo Grande e resistiu à prisão, tentando tomar o fuzil de um dos agentes. Ele vai responder por coação no curso do processo, resistência e organização criminosa.