LEONARDO ROCHA
Júlia Peixoto é a mulher dos milhões! Aos 21 anos, a influenciadora digital prova que venceu as barreiras do preconceito, tornando-se uma espécie de porta-voz no empoderamento da juventude periférica. Cheia de carisma, representatividade e talento como empreendedora, a carioca, nascida e criada em Parada de Lucas, favela da Zona Norte do Rio,começou seu trabalho como quem se diverte nas redes sociais: compartilhando vídeos de automaquiagem. Atualmente com 1,5 milhão de seguidores no Instagram, ela celebra a importância de promover a autoestima do povo da comunidade, e faz isso com sua própria linha de make, a JuPxt. E pasmem: em menos de um mês de lançamento,já foram vendidos mais R$ 1 milhão em produtos.
É como Júlia costuma dizer: “da favela para o mundo”.“É muito incrível ter chegado aonde eu cheguei,vindo de uma comunidade em que as pessoas acham que não podemos realizar os nossos sonhos.Sofri preconceito por acharem que um favelado não pode fazer intercâmbio ou comprar roupas à vista. Sempre gostei de coisas que a sociedade diz que não são para mim. São muitas críticas, mas posso dizer que todas eu usei como motivação. Continuo com orgulho do lugar em que nasci e cresci,faz parte da minha essência”,diz.
Apesar de muito sonhadora, nem nos melhores pensamentos a carioca imaginou ser acompanhada e querida por tanta gente. Toda vez que retorna a Parada de Lucas, já que hoje reside em outro bairro, é uma verdadeira festa na vizinhança. Podemos dizer que ela é o momento? “Tenho muito orgulho de ter crescido na favela e carrego comigo muitas histórias boas e um monte de aprendizados.Sempre que posso volto. Volto para saber de onde vim, para saber valorizar o que tenho hoje. A última vez que fui,as crianças ficaram gritando o meu nome, foi incrível”.
Dona de um pequeno império,a jovem faz parte de uma geração que usa o poder da internet, não só como meio de trabalho e diversão, mas também como fonte de inspiração para pessoas que compartilham as mesmas vivências.“Não só a imagem de uma mulher que veio da periferia, mas de uma jovem empoderada, independente. É muito importante ter esse lugar de fala,de poder mostrar que essas meninas das periferias não o estão sozinhas e que,assim como o elas, eu também consegui”.