Meiahora - RJ

LEONARDO ROCHA

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De pipa voada esse menino não tem nada! Foi rimando e cantando suas próprias verdades que Lukinhas se tornou uma das maiores apostas da cena pop urbana carioca. Cria da Asa Branca, comunidade de Curicica, na Zona Oeste do Rio, o rapaz busca ser referência para a juventude da periferia, com muita leveza, positivida­de e consciênci­a.Se você não está ligando o nome a pessoa, o rapper é a voz por trás do poderoso refrão de PipaVoada, em parceria com Rashid e Emicida. De la para cá, ele deu linha e depois voou!

A música, que conta com mais de 87 milhões de streams nas plataforma­s digitais, é um divisor de águas na carreira do rapaz de 27 anos.“Foi um marco na minha vida.Mudou a forma como as pessoas me viam e estar com meus ídolos foi a melhor coisa, um presente”, comemora.

Lançando seu novo hit,intitulado Vem Ni Mim, o carioca é resultado da pluralidad­e cultural que existe na favela. Tanto que a sonoridade de suas faixas misturam pagode,r&b,funk,hip hop e pop,mostrando que na arte não há espaço para preconceit­o e limitações.O novo single,em parceria com NOG e MC 2Jhow, é prova disso.

“Sempre pego referência­s de tudo o que gosto de ouvir e coloco dentro das coisas que falo.Tento ser o Lukinhas fazendo trap, pagode ou fazendo qualquer outro ritmo. Tento colocar minha identidade em tudo, afinal,minha realidade são as minhas músicas”, revela ela, que tem Usher como inspiração.“Ele me fez decidir fazer música”, entrega o lado fã de Lukinhas.

Sentindo na pele as dificuldad­es do povo de comunidade,o rapaz,que ainda mora no Asa Branca, usa sua voz para fazer a diferença na luta contra preconceit­os.Neste ano, ele se apresentou no Prêmio Sim à Igualdade Racial, da IDBR.“Minhas músicas são sobre a ‘supervivên­cia’ do preto. O preto também se diverte, anda de carrão, bem arrumado”, destaca, observando a transforma­ção no empoderame­nto e pertencime­nto do morador da periferia.

“Quando era menor, as pessoas olhavam estranho, seguravam a bolsa. Não que tenha mudado muito, mas vejo a galera que julgava os playboyzin­hos querendo ser igual ao Orochi, Cabelinho”.

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