Radicalização de ambos os lados foi marca da campanha presidencial
O reencontro entre os dois está marcado para 30 de outubro. A realização do segundo turno frustra principalmente a campanha do petista, que, na reta final do primeiro turno, investiu na defesa do voto útil na intenção de encerrar a disputa ontem.
Mais de 156 milhões de brasileiros estavam aptos a votar e, de novo, colocaram entre os dois primeiros colocados um petista e Bolsonaro. Neste ano, Lula é apontado pelas pesquisas como favorito. Em 2018, Bolsonaro liderou a corrida e venceu Fernando Haddad (PT), que substituiu Lula nas urnas em razão de o ex-presidente cumprir pena na Polícia Federal, em Curitiba.
A radicalização de ambos os lados foi a marca desta eleição presidencial, com violência, agressões e mortes. Além do clima tenso nas ruas e nas redes sociais, os embates assumiram o protagonismo, o que colocou de lado os projetos de País dos candidatos. Lula, por exemplo, não apresentou versão final do programa de governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a justificativa de não criar desconforto com aliados.
O centro político não logrou êxito, apesar de a chamada terceira via ter apresentado ao País a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS), em coligação com PSDB e Cidadania.
Isolado, Ciro Gomes (PDT), em sua quarta disputa, fala em deixar a cena política.
Nos debates em que os candidatos estiveram frente a frente, Lula acenou a Ciro e a Simone - ainda que ambos tivessem feito duros ataques às gestões petistas, inclusive com denúncias de corrupção e crítica à recessão registrada no governo Dilma Rousseff (PT), que foi alvo de impeachment em 2016. Nos bastidores, interlocutores do PT também conversam com nomes do PDT e do MDB - uma ala do partido, inclusive, já declarou voto no petista no primeiro turno.