Ato com Bolsonaro em Copa
Ex- presidente intimida STF e reforça união da direita nas urnas, afirmam analistas
Com as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado avançando cada vez mais, o ato em defesa do ex- presidente Jair Bolsonaro ( PL) no Rio, ontem, teve o intuito de unificar sua base eleitoral e intimidar o Supremo Tribunal Federal ( STF) para empurrar a possibilidade do seu julgamento. As informações são do Estadão Conteúdo.
“A manifestação visa a criar um clima de tensão para não ter uma decisão sobre a prisão do ex- presidente em setembro. Esta é a data que está sendo ventilada por fontes em Brasília”, diz o sociólogo, cientista político e presidente do
Instituto Cultiva, Rudá Ricci.
Em ano de eleições municipais, Rudá destaca que o ato também objetivou mostrar a força da base bolsonarista para disputar essa corrida eleitoral. “O bolsonarismo disputa o terreno com o Centrão, que é o que mais tem deputados federais e que são ligados aos prefeitos”, afirma o sociólogo.
Já a perseguição política, para o cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando, é uma narrativa criada por Bolsonaro e seus apoiadores que consegue colocá- lo em situação vitimizada.
O que diferenciou o ato de Copacabana da manifestação na capital paulista foi a defesa da base bolsonarista ao empresário Elon Musk, dono do X ( antigo Twitter), da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink, que vem travando embate com o ministro do STF,
Alexandre de Moraes.
No ato, o ex- presidente disse que o controlador do X mostrou “com provas” onde a “democracia brasileira estava indo”. O empresário se envolveu numa celeuma ao criticar a suspensão, pela Justiça brasileira, de contas na rede social X que propagavam fake news.
“Peço uma salva de palmas para Elon Musk. Acusam o homem mais rico do mundo, dono de uma plataforma cujo objetivo é o de o mundo ser livre. O homem que teve a coragem de mostrar para onde a nossa democracia estava indo, o quanto de liberdade já perdemos”, disse Bolsonaro.
USP DIZ QUE ATO REUNIU 32.750 PESSOAS ( 17% DO PÚBLICO DE FEVEREIRO NA AV. PAULISTA)