Metro Brasil (Belo Horizonte)

Narcio e outros 14 viram réus por desvio de verba

Ex-secretário no governo Anastasia, atualmente preso na Nelson Hungria, e demais são acusados de fraudar e superfatur­ar contratos da estatal mineira Hidroex. Esquema teria desviado pelo menos R$ 14 milhões, segundo o Ministério Público

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Preso desde o dia 30 de maio, o ex-presidente do PSDB de Minas e ex-secretário de Ciência e Tecnologia durante o governo Antonio Anastasia, Narcio Rodrigues, e outras 14 pessoas agora são réus da Operação Aequalis, conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e que investiga o desvio de mais de R$ 14 milhões de verbas públicas ligadas à estatal Hidroex.

A operação do MPMG apura o envolvimen­to de agentes públicos do Estado, além de empresário­s brasileiro­s e portuguese­s em esquema de corrupção na execução do projeto Cidades das Águas, desenvolvi­do pela Fundação Hidroex, entre 2012 e 2014. A fundação sediada, em Frutal, no Triângulo Mineiro, é uma obra , ainda inacabada, que prevê a construção de um complexo para estudos e pesquisas sobre recursos hídricos.

No dia da operação, no mês passado, Nárcio Rodrigues e mais seis suspeitos foram presos pela Polícia Civil sob a acusação de organizaçã­o criminosa e desvio de recursos públicos ocorridos na construção do centro tecno- lógico. O esquema teria beneficiad­o, além dele, a construtor­a Waldemar Polizzi Ltda (CWP) - que já pertenceu a um primo do senador Antonio Anastasia -, Waldemar Anastasia Polizzi. Dos denunciado­s pelo MPMG, Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia, da multinacio­nal Yser, segue foragido. Neste caso, os desvios chegam a R$ 8,7 milhões.

Segundo o MPMG, Narcio Rodrigues também teria recebido 400 mil euros do grupo Yser como propina em 2012. Em contrapart­ida, Rodrigues, que era secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, teria beneficiad­o a multinacio­nal com doações do governo de Minas, no valor de R$ 15 milhões, e um terreno de 20 mil metros quadrados.

Segundo o promotor William Garcia Pinto Coelho, do Grupo Especial de Defesa do Patrimônio Público, a relação entre a o grupo Yser e a secretaria de Estado foi inter- mediada por Odo Adão Filho, amigo de Narcio Rodrigues. “O Odo passou a ser remunerado mensalment­e pela empresa”, informou Coelho.

Defesas

O advogado de Narcio Rodrigues disse que não tomou conhecimen­to da denúncia e que não iria se pronunciar. A CWP Engenharia informou que Waldemar Anastasia Polizzi não é mais sócio da construtor­a e não falou sobre a de- núncia. O grupo Yser também não se manifestou ontem sobre a decisão da Justiça. Por nota, o PSDB em Minas defendeu que “uma vez comprovada­s eventuais irregulari­dades, que os responsáve­is sejam julgados na forma da lei”. O senador Antonio Anastasia, que não é investigad­o pela operação, acompanhou o mesmo pensamento. A defesa de Odo Adão Filho não foi localizada pela reportagem ontem.

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| UARLEN VALERIO/O TEMPO/FOLHAPRESS Narcio Rodrigues segue detido desde o dia 30 de maio

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