ESTADO EM CHAMAS
Acuados pela violência, moradores protestam exigindo o fim da greve dos policiais militares no Espírito Santo; governo diz que policiamento já começou a ser normalizado
Pressionado por protestos da população, o protesto de mulheres de policiais militares do Espírito Santo perdeu força ontem e, segundo informações do governo, o policiamento começou a ser normalizado no início da noite em três cidades: São Mateus, Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim. Além disso, os policiais da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas) também começaram a retornar ao trabalho.
A retomada do policiamento aconteceu depois de moradores terem ido para os portões dos quartéis da PM protestar contra as mulheres que, desde sexta-feira, impedem a saída de policiais militares dos batalhões. O bloqueio dos portões deixou o Estado sem policiamento desde sexta-feira. As mulheres e as associações representativas dos policiais exigem reposição salarial para a categoria, mas não definiram um índice de reajuste.
A reação dos moradores aconteceu no início da tarde em Guarapari e, depois, em Cachoeiro. A retomada do policiamento em Guarapari chegou a ser anunciada, para as 19h de ontem, mas até as 20h30 não havia sido confirmada, ao contrário do que ocorreu nas outras três cidades.
A terça-feira foi mais um dia violento no Estado, mas foi menos tenso quando comparado ao três dias anteriores. Ainda foram registrados saques e tiroteios, apesar da presença de homens do Exército e da Força Nacional de Segurança. O governo promete colocar 1,7 mil soldados nas ruas nesta semana - normalmente, o policiamento é 2 mil homens por dia na Grande Vitória. Novamente não houve aulas. O comércio ficou fechado. Ônibus chegaram a circular pela manhã, mas voltaram a ser recolhidos quando motoristas e cobradores foram alvos de atos de violência.
À noite, uma reunião na Assembleia Legislativa tentava estabelecer um canal de negociação entre as mulheres dos PMs e o governo. Até o fechamento dessa edição, a reunião ainda não havia sido concluída.