Protesto e confusão invadem vias, e Exército entra em cena
O clima foi de muita tensão na avenida Maruípe, uma das mais movimentadas da capital do Espírito Santo. O local se transformou ontem em uma verdadeira trincheira de guerra. De um lado, as famílias dos policiais militares que protestam, desde sexta, por reajuste salarial. Do outro, a população que pede a volta do policiamento nas ruas. Houve discussão, buzinaço e queima de pneus que fechou a avenida durante a tarde e o início da noite. No meio, apenas 10 integrantes do Exército para conter uma multidão com os ânimos à flor da pele. E, em meio a tantas divergências de opinião, apenas um ponto foi defendido por ambos os grupos: eles querem que o governador Paulo Hartung resolva o conflito.
O cenário no início da manhã de ontem era de mulheres, amigos e familiares dos policiais militares acampados em frente ao Quartel do Comando Geral da PM, em Maruípe, proibindo a saída de carros e policiais fardados da corporação.
Por volta das 16h, manifestantes contrários à paralisação da PM chegaram. Com pneus, papelão e álcool, eles criaram uma barricada e atearam fogo para impedir o trânsito no local.
“Nós entendemos a reivindicação deles. Acontece que a sociedade não pode pagar esse preço. Todo o Brasil vive os efeitos da crise e ninguém tem dinheiro. O que não podemos permitir é que o Estado fique uma bagunça”, disse a dona de casa Verônica Rosindo, 46.
Com a chegada do Exército, o fogo foi apagado, mas vários manifestantes e mulheres de policiais continuaram a discutir e fazer suas reivindicações. Houve tiros e os homens das Forças Armadas dividiram a avenida para evitar conflitos.
O protesto continuou até a chegada de outras duas equipes do Exército, que continuaram garantindo a segurança no local até o fechamento desta edição.