ONU condena lei para colônias na Cisjordânia
Conflito. Governos estrangeiros e autoridades também criticaram a legalização de cerca de 4 mil imóveis no território aprovado pelo parlamento de Israel. Mahmoud Abbas disse que a decisão é afronta aos palestinos
O secretário- geral da ONU, Antonio Guterres, condenou ontem em comunicado a lei aprovada anteontem pelo parlamento de Israel que legaliza 16 colônias israelenses em terras palestinas na Cisjordânia.
“Esta lei é uma contravenção da lei internacional e terá amplas consequências legais para Israel”, disse Guterres.
A ONG Paz Agora acredita que cerca de 4 mil imóveis possam ser legalizados, o que tecnicamente permite a expropriação de terras privadas. Defensores afirmam que a medida permitirá que os colonos tenham uma vida normal sem medo de ser expulsos.
A nova legislação, que passou por 60 votos a 52, foi criticada ontem também por governos estrangeiros, como Reino Unido, Alemanha e República Tcheca.
“A solução de dois Estados está profundamente abalada”, declarou em nota o Ministério das Relações Exteriores alemão.
A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, disse que a lei, se implementada, ultrapassa um limiar novo e perigoso. “Esses assentamentos constituem um obstáculo à paz e ameaçam a viabilidade de uma solução de dois Es- tados. Isso reforçaria ainda mais a realidade de direitos desiguais, ocupação perpétua e conflito”, afirmou.
Após uma reunião com o presidente francês, François Holllande, em Paris, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, chamou a aprovação da lei de um ataque contra os palestinos e prometeu procurar as cortes internacionais. “Nós vamos continuar nosso trabalho com as cortes internacionais para proteger nossa existência e a nossa sobrevivência no território palestino”, afirmou.