Danilo Beyruth volta ao espaço em nova HQ
Lançamento. Quadrinista retoma personagem pela terceira vez em trama com mais ação e repleta de surpresas e encontros
Em 2012, Danilo Beyruth aceitou o desafio de ser o primeiro quadrinista a repaginar personagens clássicos de Mauricio de Sousa no selo Graphic MSP. Com toques existencialistas, sua narrativa para o carismático Astronauta garantiu um pontapé de sucesso para o projeto.
Cinco anos depois, ele retoma o homem do espaço pela terceira vez. Após “Magnetar” (2012) e “Singularidade” (2014), “Assimetria” troca o drama existencial pela ação.
“Tinha que ser uma continuação capaz de fechar um primeiro arco do personagem e também deixar tudo aberto para outras histórias. A ideia era expandir o universo do Astronauta não só com novos personagens, mas novas possibilidades”, diz Beyruth.
Isso resultou em uma missão de Astronauta por Titã, a grande lua de Saturno. Após abreviar suas férias na Terra, ele decide se enclausurar mais uma vez em sua nave em uma missão para desvendar o mistério em torno de um pulso de energia.
Por lá, ele descobre a existência de realidades paralelas que podem redefinir toda a sua trajetória, ao mesmo tempo em que tenta descobrir como voltar para casa.
Na história e nos traços, Beyruth explora elementos da ficção científica enquanto aproveita para homenagear Jack Kirby (1917-1994).
“O tempo é limitado para eu explicar o quanto o acho importante. Os cem primeiros números de ‘Quarteto Fantástico’ definem, para mim, o quadrinho americano moderno. O que tem de desenho, criatividade e mistura entre o cósmico e o pessoal nesses gibis é definidor de uma era”, ressalta ele.
“Astronauta – Assimetria”, que tem lançamento amanhã na FNAC Paulista, contou com colorização de Cris Peter e foi desenhado por Beyruth direto no computador.
“Fazer arte digital é basicamente uma questão de tempo e de facilidade. Tra- balhar com nanquim e pincel num dia bom é uma maravilha, mas fazer isso em um dia ruim, em que a umidade não está boa, é uma droga. O digital nunca é tão maravilhoso, mas também nunca é tão ruim. Ele diminui os picos e os vales em prol de uma experiência mais contínua.”
É assim que ele trabalha atualmente para a Marvel, para a qual desenvolve uma série do Motoqueiro Fantasma, e não descarta voltar ao Astronauta mais uma vez. “A coisa da trilogia ficou nos anos 1990. A lógica da cultura nerd mudou um pouco e virou mainstream. Vamos deixar acontecer”, conclui.