Teatrão que rendeu Oscar a Viola Davis estreia no país
“Um Limite entre Nós”, que chega hoje aos cinemas brasileiros, é daqueles filmes que não têm vergonha de entregar a própria origem.
Baseado em uma peça de August Wilson premiada com o Pulitzer, o longa é uma versão de um texto teatralizado que, aparentemente, sofreu pouquíssimas alterações ao migrar para o suporte cinematográfico.
Ambientado praticamente inteiro no cenário de uma casa dos anos 1950, o filme apresenta as mudanças nas relações raciais nos Estados Unidos a partir dos problemas vividos por um casal negro que está junto há 18 anos.
Reencontro
Denzel Washington e Viola Davis reprisam os papéis que fizeram em uma montagem da Broadway em 2010 e que lhes rendeu os prêmios Tony de melhor ator e atriz.
O fato de estarem muito familiarizados com o roteiro faz com que os dois astros transformem praticamente todas as cenas em momentos de atuações brilhantes.
É tudo tão bom que o clímax e as cenas de maior tensão se perdem no meio de todo o palavreado. Não faria mal a Washington – também responsável pela direção – apostar um pouco mais no poder da imagem para ressaltar as nuances de seu personagem, um sujeito de estilo ogro e personalidade forte.
No último domingo, ele perdeu o Oscar de melhor ator para Casey Affleck. Se tivesse ganho, seria merecido. Coube a Viola representar o projeto do amigo. Com o prêmio de melhor atriz coadjuvante nas mãos, ela fez um dos discursos mais emocionantes da noite.