Metro Brasil (Belo Horizonte)

DÍVIDAS CUMULATIVA­S: ADEUS PROSPERIDA­DE FINANCEIRA!

- MARCOS SILVESTRE MARCOS.SILVESTRE@METROJORNA­L.COM.BR

Juros! Toda dívida implica pagamento de juros, essa é a regra. Ok, pode haver empréstimo­s de pai para filho, com zero de juro, mas é coisa rara. Nas dívidas comerciais (em oposição às afetivas), além de devolver o que se levou emprestado, paga-se sempre um tanto a mais, por conta de juros. Às vezes eles são explícitos, noutras estão embutidos, mas.... estarão sempre lá. E nunca são pequenos, porque vivemos em um dos países que pratica os juros reais mais elevados do planeta. Então... dívida boa é dívida morta! Só a dívida que você já quitou não poderá mais lhe causar qualquer mal financeiro.

Paradoxo. “Então me explica, professor, por que todo o mundo tem?” Espera aí, “todos têm”, uma vírgula! A maior parte dos brasileiro­s tem, e tem bastante, é verdade, mas nem “todos” têm. Existem também os planejados, os controlado­s, os que “temem” as dívidas ( justamente porque têm juízo!) e delas vivem afastados por uma vida inteira! Agora, a maioria dos que tem, tem por causa da inegável sedução com que as dívidas se apresentam: o imediatism­o na posse e usufruto daquilo que se cobiça! Ah... a chance de ter agora mesmo algo para o qual não se ajuntou previament­e o dinheiro necessário!

Tóxicas! O processo de endividame­nto funciona pelo princípio da adição: no começo é só alegria, com a ampliação artificial do poder de compra do consumidor. A nova classe média brasileira pôde muito bem experiment­ar a doce sensação na última década. Você “resolve a vida” sem dinheiro. Depois... aí vem o achatament­o concreto no poder aquisitivo do cidadão, que tristement­e descobre que terá de desviar boa parte de seus ganhos mensais para atochar dinheiro nos bancos e financeira­s pagando juros. Isso, quando as dívidas são honradas pontualmen­te, senão tem também multa e juros de mora!

Replaneje. Talvez não dê para ficar sem dívida alguma. Mas dá para organizar suas dívidas em blocos, identifica­ndo as menos prejudicia­is (essas a gente toca), e as mais graves (a gente corre para se livrar delas). O financiame­nto imobiliári­o, que tem juros baixos e te livra do aluguel, apenas pague (antecipe, se puder). Quase o mesmo vale para carro, moto e crediários: os juros cobrados não são pequenos, mas pelo menos você terá adquirido um bem. Agora, quanto às dívidas podres com agiota, cheque especial e rotativo do cartão: mate-as! Já! São caras e arriscadas, feridas abertas no bolso, que sangram a cada dia!

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