Delações bombardeiam 5 deputados estaduais
Gustavo Valadares (PSDB), Arlete Magalhães (PV), Elismar Prado (PDT), Gil Pereira (PP) e Gustavo Corrêa (DEM) são citados em planilhas de caixa 2 da Odebrecht. Também apontado na investigação, Tarcísio Caixeta, ex-vereador que ocupava a direção da Prodabe
As delações de ex-executivos da Odebrecht sobre financiamentos de campanha via caixa 2 não ficaram restristas aos políticos de Brasília. Mais de 40 nomes mineiros aparecem na planilha de doações ileigais pagas entre 2008 e 2014. A lista, entregue por Benedicto Júnior, tem cinco deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, além do ex-vereador de Belo Horizonte, Tarcísio Caixeta, e o ex-prefeito de Contagem, Carlin Moura, ambos do PCdoB.
Dos cinco parlamentares, apenas o deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB) registrou presença em plenário ontem. O parlamentar, que é líder do bloco de oposição, aparece como “Tio” na planilha e é acusado de receber uma doação de R$ 50 mil para defender interesses da Odebrecht na Casa. “Não houve doação via caixa 2 na campanha. Tudo o que recebemos foi declarado na prestação de contas, aprovada pelo TRE, e em 2014 a empresa repassou R$ 100 mil, valor que está devidamente declarado. O que se está fazendo é misturar todo mundo em um mesmo bolo com o objetivo de desmoralizar a classe política”, criticou o parlamentar.
Na planilha de Benedicto Júnior, o deputado Elismar Prado ( PDT) aparece como “Jornalista”. Ele teria recebido uma doação de R$ 100 mil, dividida em duas parcelas, para a campanha de 2010. Em troca, o parlamentar deveria solicitar emendas e defender projetos favoráveis à empreiteira. Já Gil Pereira (PP) teria recebido R$ 250 mil da empresa sob o mesmo pretesto: defender a Odebrecht na Assembleia. Os deputados responderam às acusações por meio de notas (veja ao lado).
Apelidada de “Navalha”, a parlamentar Arlete Magalhães (PV) é acusada de receber repasses de R$ 75 mil em doações via caixa dois. Por fim, Gustavo Corrêa (DEM) teria embolsado R$ 50 mil para a sua última campanha.
Demitido da prefeitura
Após ser citado em uma das delações de executivos da Obebrecht, o ex-vereador de Belo Horizonte, Tarcísio Caixeta (PCdoB), foi demitido ontem da prefeitura da capital. Ele ocupava um cargo na diretoria da Prodabel. O Executivo alegou que ele mes- mo teria pedido para deixar o posto. Com codinome “Fósforo”, o político teria recebido R$ 50 mil.
E o ex-prefeito de Contagem, na Grande BH, teve repasses de R$ 32 mil em 2013 e outros R$ 25 mil em 2014 para apoiar candidatos do PCdoB.