Metro Brasil (Belo Horizonte)

MPF pede condenação de mulher de Cunha

Procurador­es sustentam que Cláudia Cruz sabia de propinas e pedem pena em regime fechado

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O MPF (Ministério Público Federal) pediu ao juiz Sérgio Moro que a ex-jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, seja condenada e comece a cumprir pena em regime fechado no processo a que ela responde na Lava Jato.

Cláudia é acusada de lavagem de dinheiro por ter dado o nome dela para abertura e manutenção da conta Köpek, sediada no Banco Julius Bär, que recebeu US$ 1,2 milhão que seriam de propinas para Cunha por um negócio da Petrobras na África.

Detido desde outubro, Cunha foi condenado a 15 anos de prisão por esses crimes, mas Cláudia e os demais réus são julgados em uma ação separada – que se encaminha para o fim – porque o peemedebis­ta ainda tinha foro privilegia­do quando o caso chegou à Justiça. Se Cláudia Cruz for condenada por Moro, não significa que será presa em seguida, já que deverá poder recorrer em liberdade.

No decorrer do processo, Cláudia reconheceu não ter declarado a conta, mas disse não ter detalhes da origem do dinheiro. Cláudia, o ex-deputado e sua filha Danielle Dytz da Cunha gastaram juntos mais de US$ 1 milhão em despesas pessoais, especialme­nte na Europa, o que incluía produtos como ternos, bolsas e sapatos, além de diárias em hotéis, dizem as investigaç­ões.

“Cláudia Cruz, esposa de parlamenta­r federal de país com grande número de miseráveis e pobres, utilizava os valores de origem criminosa em compras no exterior de bens e serviços de luxo”, escreveu o MPF no documento.

Outros três nomes são réus nesta ação, incluindo o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, que está preso.

A defesa de Cláudia afirmou que vai apresentar suas alegações nos próximos dias e demonstrar que ela “não tem nenhuma relação com recursos ilícitos”.

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