PF apura fraude no banco Panamericano
Justiça bloqueia R$ 1,5 bi e cumpre 46 mandados de busca e apreensão. André Esteves, do BTG, e irmão de Sílvio Santos são alvos da operação da Polícia Federal
A compra do Banco Panamericano – que pertencia ao Grupo Sílvio Santos – pela Caixa em 2009 foi alvo ontem da operação Conclave da PF ( Polícia Federal). Não houve prisões, mas os agentes cumpriram 46 mandados de busca e apreensão em endereços de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Londrina ( PR).
A ação foi autorizada pela 10 ª Vara Federal de Brasília, que determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão das contas bancárias dos investigados.
O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e Henrique Abravanel, fundador do Panamericano e irmão do empresário Sílvio Santos, são alvos da investigação, além de ex- diretores da CaixaPar, empresa da Caixa que negocia ações, de acordo com a Polícia Federal.
Socorro
O dono do SBT articulou pessoalmente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a venda de 49% das ações do banco para a Caixa. O valor pago em de- zembro de 2009 foi de R$ 739,2 milhões. Meses depois foi descoberto que havia um rombo de R$ 3,8 bilhões no Panamericano.
Para evitar a falência, foi usado o FGC (Fundo Ga- rantidor de Crédito), que injetou R$ 2,5 bilhões no banco. Os bens de Sílvio Santos foram dados como garantia. Em 2011, o BTG fez acordo com o FGC e adquiriu o Panamericano, por R$ 450 milhões, assumindo as dívidas. “A operação é investigada por ter potencialmente causado expressivos prejuízos ao erário federal”, justifica a PF. O MPF (Ministério Público Federal) pede que o negócio seja desfeito.
Os acusados podem responder por gestão temerária ou fraudulenta, com pena de até 12 anos de prisão.
Outro lado
A CaixaPar e o Panamericano informaram que auxiliam as investigações. O grupo Sílvio Santos não se pronunciou.