Metro Brasil (Belo Horizonte)

É hora de comprar dólar para a viagem?

É difícil prever qual será o comportame­nto do câmbio, mas turista pode adotar estratégia­s para reduzir perdas. Especialis­ta recomenda planejamen­to e controle de gastos

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A disparada de 8,15% do dólar no último dia 18, após a divulgação do áudio da conversa do presidente Michel Temer com empresário Joesley Batista, assustou turistas com planos de viajar para o exterior. Na semana passada, a moeda norte-americana oscilou e acabou fechando com uma valorizaçã­o acumulada de 0,25%, a R$ 3,2654.

Segundo o professor Rodrigo Paiva, da Faculdade Fipecafi, é difícil prever qual será a trajetória da moeda, mas os contratos futuros com fechamento para julho indicavam valores muito próximos das cotações atuais, um pouco abaixo de R$ 3,30. “O que pode acontecer é um fato novo fazer a moeda subir. No momento, o mercado não vê grandes oscilações”, afirma.

Nesse contexto, a recomendaç­ão de Paiva para quem tem viagem marcada para o período de férias é planejar bem quanto vai gastar e comprar a moeda para as despesas básicas. Ao adquirir dólares agora, avalia o professor, o turista já saberá quanto vai gastar. “Se em dois meses a moeda cair, posso me arrepender. Mas se subir demais, a viagem pode ficar inviável”, afirma Paiva.

Já o diretor da distribuid­ora de câmbio turismo da Cotação, Alexandre Fialho, avalia que não é possível afirmar qual o melhor dia para compra da moeda neste momento de volatilida­de do mercado. A orientação dada pela corretora aos clientes é fazer o parcelamen­to da compra da moeda estrangeir­a.

“Por exemplo, se faltam quatro semanas para a data de embarque e o cliente pretende levar US$ 2 mil, acon- selhamos que ele compre US$ 500 por semana. Dessa forma, o cliente terá uma taxa média, que poderá não ser a melhor, mas com certeza não será a pior, livrando-o da angústia de tentar adivinhar o melhor dia ou momento para comprar”, afirma o diretor da Cotação.

Meio de pagamento

Paiva e Fialho recomendam ainda que o turista dê preferênci­a para o dinheiro e cartão pré-pago. Para o professor da Fipecafi, os recursos podem ser divididos meio a meio entre essas duas opções de pagamento. “Mas é bom lembrar que muitos lugares não aceitam o cartão pré-pago”, alerta.

O cartão de crédito, segundo Paiva, só deve ser usado para gastos excepciona­is. “Com o cartão de crédito, o cliente somente saberá a taxa a que serão convertido­s os seus gastos quando a fatura chegar”, diz Fialho. “Outro risco é ter algum problema com o cartão e ficar sem dinheiro”, acrescenta o professor.

Como economizar

A dica de Paiva para economizar na viagem é fazer um bom planejamen­to dos gastos, incluindo estadia, alimentaçã­o, transporte e passeios. “Mas você não pode ser escravo do gasto. Se planejei despesas de € 100 por dia, posso gastar € 150 em um, mas vou reduzir o valor nos outros dias”, afirma.

Fialho diz ainda que o ideal é já levar a moeda do país daqui do Brasil, para não perder no câmbio ao chegar ao destino no exterior. “Se o viajante levar dólar para o Japão, pode ser cobrado em até 20% de spread pela conversão da moeda dólar para a moeda yen”, afirma.

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