Metro Brasil (Belo Horizonte)

ROBERTO PARENTONI

Autor da ação no STF diz que acordo reforça sentimento de impunidade no país

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Autor do mandado de segurança para anular a delação da JBS, o presidente do Ibradd (Instituto Brasileiro do Direito de Defesa) critica a decisão.

Como o senhor avalia a delação?

Nós vimos uma imoralidad­e no ato de homologaçã­o. É um acordo light na JBS. Manter isso fica uma coisa imoral. Literalmen­te eu pego, faço uma coisa e vou embora.

Qual a maior queixa?

Os delatores viajaram para os Estados Unidos com informaçõe­s privilegia­das, elevaram o dólar, provocaram circuit breaker na bolsa e fica por isso mesmo? Eles precisam vir ao Brasil para se explicar. Senão vai reforçar a percepção de que o Brasil é o país da impunidade.

A ação não pode ser usada politicame­nte?

Não tem a ver com as provas contra o presidente da República e os políticos. O mandado de segurança é para que seja nulo contraria a lei da delação premiada. A pessoa não pode se beneficiar com a delação e com os crimes. A lei que trata da delação premiada é clara. O chefe da prática criminosa não pode ser o mais beneficiad­o.

Havendo suspensão, qual deveria ser o rito?

A Justiça precisa explicar esse bom acordo. Tem que apurar os crimes de informação privilegia­da antes. Todos os acordos homologado­s da Lava Jato destoam desse. Esperamos que eles sejam punidos, paguem multa. Senão outros criminosos poderão reivindica­r o mesmo direito.

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