Metro Brasil (Belo Horizonte)

Dia Mundial da Preocupaçã­o

Mudança no regime de chuvas e na temperatur­a, menos empregos e maior violência no campo são algumas das consequênc­ias

- RAFAEL NEVES

Ambientali­stas alertam que medidas recentes dos governos brasileiro e norte-americano fazem com que reste pouco a celebrar no Dia do Meio Ambiente

Os ambientali­stas brasileiro­s chegam hoje ao Dia Mundial do Meio Ambiente – celebrado em 5 de junho desde 1972 – sem motivos para comemorar: o setor critica a recém-aprovada MP 756/2016.

Ao lado de outras alterações, o projeto reduz em 37% a Floresta Nacional do Jamanxim (PA) e transforma o território excluído em APA (Área de Proteção Ambiental), que tem menos proteção do que uma floresta nacional.

A proposta já passou pelo Congresso e espera apenas a sanção do presidente Michel Temer (PMDB), mas os ambientali­stas querem – sem muita esperança, já que foi o próprio Executivo quem editou a medida – que ela seja vetada ao menos em parte, já que atinge uma re- gião que é alvo de desmatamen­to há anos, segundo a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Em 2014, a Fundação criou a Rede de Especialis­tas de Conservaçã­o da Natureza, uma equipe que propaga posicionam­entos em defesa da conservaçã­o da natureza brasileira. Para aproximar o tema da população, em especial a das áreas urbanas, a rede divulga 10 impactos do desmatamen­to no conjunto da sociedade brasileira (confira a lista abaixo).

Além de insistir que a des- truição da Floresta Amazônica desregula o clima e as chuvas do país inteiro, os ambientali­stas chamam a atenção para consequênc­ias já frequentes no noticiário atual, como os conflitos no campo. E também ressaltam benefícios pouco comentados, co- mo a geração de empregos.

“As atividades ‘verdes’ tendem a ser mais intensivas em mão de obra e em produtos manufatura­dos com maior conteúdo de inovação”, diz Carlos Eduardo Young, economista e membro da rede.

Para o grupo, houve recentemen­te uma reversão nas quedas anuais no desmatamen­to que marcaram os últimos 15 anos, o que preocupa tanto a curto quanto a longo prazo. “As ações de fiscalizaç­ão na floresta amazônica diminuíram muito nos últimos anos, o que é um péssimo sinal”, avalia o climatolog­ista Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências.

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ADRIANO GAMBARINI/FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO
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| HAROLDO PALO JR./FUNDACAO GRUPO BOTICÁRIO Geração de empregos: uma face pouco conhecida das atividades ambientali­stas
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