Metro Brasil (Belo Horizonte)

Juro do rotativo do cartão cai para 363%

Com novas regras, taxa média na modalidade atinge em maio o menor nível em dois anos, segundo o BC. No parcelado, houve redução de 2,2 pontos, para 160% ao ano

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Os juros do rotativo do cartão de crédito caíram 64,8 pontos percentuai­s em maio, atingindo 363,3% ao ano. A última vez que a taxa média na modalidade ficou abaixo deste patamar foi em maio de 2015, a 355% ao ano, segundo dados do Banco Central.

A nova queda ocorre após a entrada em vigor, em abril, da regra que impede que o cliente fique mais de 30 dias no rotativo, obrigando os bancos a transferir­em a dívida para o crédito parcelado, que cobra taxas menores. Em abril, os juros já haviam caído de 490% para 422,5% ao ano.

A taxa de juros do rotativo classifica­do pelo BC como “não regular”, em que o consumidor não pagou ou atrasou o pagamento mí- nimo da fatura, ficou em 445,1% ao ano, em maio, com redução de 75,1 pontos percentuai­s em relação a abril. A taxa do rotativo do cartão “regular” caiu 50,2 pontos percentuai­s, indo para 247,5% ao ano. A taxa do crédito parcelado recuou 2,2 pontos percentuai­s para 160% ao ano.

Apesar da redução, o chefe-adjunto do Departamen­to Econômico do BC, Fernando Rocha, lembra que o uso do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial só deve ser feito em situação emergencia­l por apresentar­em juros mais elevados do que de outras modalidade­s. “O cartão de crédito rotativo, assim como o cheque especial, tem a função de ser linha emergencia­l, por tempo reduzido.”

Os juros do cheque especial ficaram em 325,1% ao ano em maio, com redução de 3,1 pontos percentuai­s em relação a abril. A taxa média de juros para as famílias caiu 4,5 pontos percentuai­s, para 63,8% ao ano.

O saldo de todas as operações de crédito no país ficou em R$ 3,065 trilhões, com queda de 0,2%, no mês. Em 12 meses, houve retração de 2,6%. Segundo Rocha, como o crédito para as empresas não mostra sinais de retomada, a projeção do BC para o cresciment­o do saldo total neste ano foi reduzida de 2% para 1%.

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