Temer ‘defende’ 2018 com parlamentarismo
Presidente afirma que seu governo é uma espécie de semipresidencialista, diz ter ‘simpatia’ pelo sistema em que Parlamento governa e volta a defender reformas em SP
Em evento ontem em São Paulo, o presidente Michel Temer (PMDB) falou sobre a adoção do parlamentarismo, sistema de governo pelo qual disse ter simpatia, e declarou que seria “ótimo” se ele passasse a vigorar já no próximo ano.
“Não é improvável que este exemplo que estamos dando possa em breve tempo se converter em um sistema semipresidencialista ou semiparlamentarista”, disse ele. Na avaliação de Temer, o Poder Legislativo era antes visto como um apêndice do Poder Executivo e agora, em seu governo, os dois trabalham juntos.
“Há de ser um sistema parlamentarista do tipo português ou francês, em que também o presidente da República, sobre ser eleito diretamente, ainda tem uma presença muito ativa no espectro governativo. Se [o parlamentarismo] puder vir em 2018, seria ótimo, mas, se não vier, quem sabe prepara-se para 2022”, afirmou.
Temer fez as declarações durante a abertura do 27º Congresso da Fenabrave, onde também falou dae estudos para aumentar Imposto de Renda (leia na pág. 8). Ele estava acompanhado pelo governador de São Pau- lo, Geraldo Alckmin (PSDB), e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dia depois de ter cumprido agenda com o prefeito João Doria (PSDB) sem a presença de Alckmin.
No discurso de abertura, Temer voltou a destacar a importância das reformas. “Esse é um governo reformista, que, na verdade, busca colocar os trilhos no lugar para que quem chegar em 2018 possa apanhar a locomotiva e caminhar com toda a naturalidade.”
Na fala, Temer disse que sem a reforma da Previdência, a situação das finanças públicas chegará a um ponto em que “só haverá recursos para pagar funcionário público e pagar as pensões previdenciárias e nada mais do que isso”.
Apoio
Alckmin voltou ontem a reafirmar o apoio às reformas que estão sendo tocadas pelo governo federal. “Contem conosco para que possamos ajudar em todas as reformas”, disse.
Para o governador, a reforma da Previdência é muito necessária e está relacionada com o envelhecimento da população.