Medalha JK ganha tom mais político
Homenagem. A um ano das eleições, governadores e deputados são escolhidos para receberem a honraria concedida pelo governo do Estado. Alguns são citados na Lava Jato
No ano passado, atletas e medalhistas olímpicos dividiram o palco na cidade de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, com o governador Fernando Pimentel para receber a medalha JK – honraria concedida desde 1995 sempre no dia 12 de setembro, data que marca o nascimento de Juscelino Kubitschek. Neste ano, eles darão espaço a governadores, deputados, prefeitos e secretários.
Passadas as Olimpíadas, o evento ganhou um tom mais político. Se no ano passado a homenagem abrangeu 16 pessoas do meio político, neste ano o número saltou para 34. Entre eles estão governadores, membros da base na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, secretários de Estado, prefeitos e a mulher do governador, Carolina Pimentel. Ela será agraciada pelo trabalho à frente do Servas. Ao todo, serão contempladas 109 personalidades.
Segundo a Secretaria de Comunicação do governo mineiro, o critério para seleção dos agraciados segue o mesmo dos anos anteriores: A Grande Medalha, destinada a chefes de Estado, representantes dos três poderes e outras personalidades de hierarquia equivalente, enquanto a Medalha de Honra vai para outras personalidades.
Investigados
Dos 11 governadores que receberão a Grande Medalha, quatro estão presentes nas delações da Odebrecht e são suspeitos de receberem recursos da empreiteira em troca de favores políticos (Robinson Faria, Tião Viana, Luiz Fernando Pezão e Raimundo Colombo, além do próprio Pimentel). Todos são investigados por suspeita de caixa 2, e negam as acusações.
Além disso, outros chefes do Executivo enfrentam acusações em outras esferas da Justiça. É o caso do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), que teve o mandato cassado pelo TRE em março deste ano por abuso de poder. Em maio a decisão foi suspensa pelo TSE.
Há também o caso dos mandatários que não são citados, mas possuem pessoas próximas envolvidas em polêmicas. No caso do tucano Pedro Taques, do Mato Grosso, seu primo, Paulo Taques, era secretário-chefe da Casa Civil do Estado até que um esquema de escutas telefônicas clandestino revelou que ele monitorava a linha de uma ex-companheira.