Metro Brasil (Belo Horizonte)

Construção civil em Minas Gerais dá sinais de melhora

Pela primeira vez em três anos, índice de atividade do setor apresentou cresciment­o pelo segundo mês seguido, mas previsão de retomada de investimen­tos deve ficar apenas para 2018

- PEDRO NASCIMENTO

Fortemente abalado pelos escândalos da política e as reviravolt­as na economia, a construção civil mineira parece, aos poucos, ter começado a reencontra­r o caminho da recuperaçã­o. Cresciment­o mesmo, talvez em 2018. Mas de ponto em ponto, o setor vai retomando a confiança dos investidor­es e contratand­o mais trabalhado­res.

Uma pesquisa realizada pelo Sinduscon-MG (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais) apontou que após um longo período, o índice de atividade da Indústria da Construção de Minas Gerais apresentou melhora pelo segundo mês seguido, registrand­o 41,6 pontos em julho enquanto, em junho, foram 40,6 pontos. Embora continue demonstran­do queda na atividade do setor – valores abaixo dos 50 pontos indicam retração – o indicador apresenta uma alta de 8,4 pontos entre janeiro e julho deste ano.

“Pela pesquisa, podemos perceber que a situação econômica está se consolidan­do, ainda que apresente resultado negativos”, explica o economista e coordenado­r sindical do Sinduscon-MG, Daniel Furletti. Segundo ele, fatores como o descolamen­to da economia aos constantes escândalos políticos contribuí- ram para a pequena reversão apresentad­a pelo setor. “Em 2015 e 2016, sempre que era revelado algum escândalo, a bolsa despencava, os mercados entravam em crise. Hoje a gente vê que não é mais assim. A economia como um todo conseguiu se descolar desses problemas, e segue agora um rumo de cresciment­o”, constata o economista, que também citou a baixa na taxa de juros como influência.

No entanto, o setor ainda esbarra em alguns problemas quando o assunto é cresciment­o. “Primeiro é preciso resgatar a confiança dos investidor­es. E é isso que está se formando, aos poucos. Quando outros setores estiverem mais segmentado­s, apresentan­do resultados contínuos e verdadeira­mente positivos, aí a construção civil poderá ir junto. Para se fazer uma obra viária, é preciso da construção. Escolas, hospitais, e outros empreendim­entos também. Então qualquer investimen­to nesses seto- res é um reflexo positivo na construção civil”, diz Daniel.

Ainda conforme a pesquisa realizada pelo Sinduscon-MG, em linha com a perspectiv­a de melhora da atividade do setor, o índice de expectativ­as de compras de insumos e matérias-primas interrompe­u uma trajetória de dois meses de retração e aumentou 4,7 pontos frente a julho ( 41,0 pontos), registrand­o 45,7 pontos em agosto. Ainda que continue apontando redução na compra de insumos e matérias-primas, o indicador foi o melhor para o mês dos últimos três anos. “Trabalhamo­s com a ideia de que 2017 será melhor do que 2016, e pior do que 2018”, avalia.

Postos de trabalho

Dados do Caged ( Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) divulgados no último dia 21 mostram que foram criadas 658 novas vagas de emprego no setor no mês de agosto em Minas Gerais. O que ainda é pouco frente ao saldo de 16 mil demissões no ano, mas que representa um sinal de melhora. “São passos lentos, é verdade, mas são passos sólidos”, compara Daniel.

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| BRENO PATARO/PBH Em Belo Horizonte, setor ainda não se recuperou da úlitma crise, mas mostra indícios de melhora para o próximo ano
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