Saúde e educação sobem (muito) além da inflação
Último IPCA-15 indicou variação de 2,56% em 12 meses, mas escolas anunciam ‘reajustes’ que podem chegar a 12%
Enquanto a inflação segue em queda, os brasileiros continuam enfrentando reajustes em serviços de saúde e mensalidades escolares bem acima da alta do índice geral de preços. E a expectativa, pelo menos no caso dos gastos com educação, é de aumentos ainda mais expressivos no ano que vem.
No acumulado em 12 meses até setembro, a inflação medida pelo IPCA-15 chegou a 2,56%, a menor taxa para o mês desde 1998 (2,45%). O recuo da inflação é puxado principalmente por alimentos e bebidas, que registram queda de 2,21% no período.
Por outro lado, os preços de serviços de saúde acumulam alta de 10,94%, quatro vezes a inflação. Sem contabilizar os planos de saúde, o aumento é de 6,26%.
Já entre os gastos com educação, os cursos regulares tiveram um aumento de 8,35% no período. No ano que vem, em São Paulo, as mensalidades escolares podem subir entre 4%e 8%, segundo previsão do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo).
No Distrito Federal, os reajustes para o próximo ano deverão ficar entre 5,5% a 12%, calcula a Aspa-DF (Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do Distrito Federal). Economistas consultados pelo Banco Central no boletim Focus projetam que a inflação medida pelo IPCA encerre este ano em 3,08%.
Neste ano, a ANS (Agência Nacional de Saúde) autorizou um reajuste de até 13,55% para planos médico-hospitalares individuais e familiares, percentual bem abaixo dos 19,4% pedidos pelas operadoras. O aumento autorizado, no entanto, é mais que o dobro da inflação acumulada em 2016, de 6,2%. No caos dos planos coletivos empresariais, o reajuste é calculado com base na livre negociação.