‘Mama’ Angela Merkel 4.0
Líder terá quarto mandato consecutivo como chanceler; partido de extrema- direita é o terceiro mais votado para o Bundestag
A União, formada pela CDU (União Democrata-Cristã) e pela CSU (União Social-Cristã), cuja representante é a atual chanceler, Angela Merkel, 62 anos, foi a vitoriosa nas eleições de ontem na Alemanha, com 32,9% dos votos. O resultado é um pouco mais “magro” do que o das eleições de 2013, quando 37,2% dos eleitores votaram na CDU/CSU. Parte daqueles votos migrou para partidos da direita.
A AfD (Alternativa para a Alemanha), de extrema-direita, saltou de 1,9% em 2013 para 13% dos votos ontem. O FDP (Partido Democrático Liberal) foi de 1,5% há quatro anos para 10,4% agora.
Esses dois partidos não tinham nenhuma cadeira no Bundestag, o parlamento alemão, porque em 2013 não haviam alcançado o mínimo obrigatório de 5% dos votos. Desta vez, eles terão.
Apesar de reeleita para um quarto mandato, Merkel admitiu que queria e esperava “um resultado melhor”, mas destacando que nenhuma outra formação, fora a sua, poderá tentar compor um governo.
Merkel também se comprometeu a “reconquistar” o eleitor insatisfeito que migrou para a ultradireitista AfD. Mas ela terá pre- la frente Jörg Meuthen, copresidente da AfD. “Somos a terceira força política no Bundestag”, declarou Meuthen. “Vamos caçar madame Merkel. Vamos recuperar nosso país”, prometeu Alexander Gauland, um dos líderes da AfD, eleito ontem.
Durante a campanha, a AfD acusou a líder de “traição” por abrir as portas em 2015 a centenas de milhares de requerentes de asilo, principalmente muçulmanos, e garantiu que a Alemanha se tornou “um paraíso para criminosos e terroristas de todo o mundo”.
Para complicar a situação de Merkel, o SPD (Partido Social-Democrata), de centro-esquerda, que participou do último governo de coalizão com o CDU/CSU, anunciou que a partir de agora fará oposição. É o próximo desafio de “mama Merkel”.