Novo disco dos ‘Tribalistas’ mantém intimidade do trio
Entre as declamações de Arnaldo Antunes, as experimentações sonoras de Carlinhos Brown e os agudos de Marisa Monte, tudo parece estar no mesmo lugar para os Tribalistas. Embora 15 anos separem a divulgação do primeiro disco deles para “Tribalistas” (2017), o trio parece manter o frescor estético de então.
Unidos por uma intimidade que fica evidente nas cerca de 50 canções que compuseram juntos, contabilizando carreiras solo e em conjunto, os Tribalistas, porém, têm consciência de que os tempos são outros e, embora mantenham praticamente a mesma sonoridade, com bases de violão e eletrônico, a temática passou por leve mudança.
A maioria das canções aposta na leveza de espírito que consagrou o trio. Entre as suaves, o destaque está com “Os Peixinhos”, praticamente um fado de ninar que con- ta com os vocais potentes da portuguesa Carminho.
Há ainda “Aliança”, tão delicada e romântica que parece uma continuidade de “Joga Arroz” e “Velha Infância”. Com letra divertida e quase boba, “Feliz e Saudável” segue a mesma proposta. Enquanto isso, “Ânima” é a única canção que faz rimas sobre uma temática mais complexa, a natureza da alma, e, apesar de não haver nenhuma canção tão animada quanto “Carnavália”, pode-se dizer que “Tribalistas” traz, sim, alguma alegria.