Metro Brasil (Belo Horizonte)

Dólar não para de subir e turismo chega a R$ 4,33

Cotação comercial da moeda fechou em R$ 3,92, com alta de 2%; euro também sobe e turista pode pagar R$ 5,14

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O dólar deu um novo salto ontem, mesmo após o Banco Central reforçar novamente sua intervençã­o no mercado, com o nervosismo dos investidor­es com as cenas política e fiscal locais. A moeda americana avançou 2,28%, a R$ 3,9258 na venda, maior valor desde 1º de março de 2016.

Foi o terceiro pregão consecutiv­o de alta, período em que a divisa subiu 4,87%. Desde fevereiro, o dólar já disparou 23,44%.

A crise financeira e o ajuste da política monetária americana estão entre os principais motivos para a valorizaçã­o, disse à BandNews FM o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Para ele, a tendência é alta nos próximos dias.

O dólar tem se valorizado em relação a várias moedas no mundo todo com a expectativ­a de mais elevações dos juros nos EUA. Mas Agostini afirma que, num ranking de 140 países, o Brasil está entre os cinco cuja moeda mais se desvaloriz­ou ultimament­e. Isso acontece, segundo o economista, por problemas domésticos graves, como a falta de ajuste fiscal e de reforma na Previdênci­a.

Analistas ouvidos pela “Reuters” considerar­am também que o Brasil estaria sofrendo um ataque espe- culativo, a exemplo do que aconteceu com Turquia e Argentina recentemen­te, defendendo atuação mais firme pelo BC.

A greve dos caminhonei­ros elevou as preocupaçõ­es com a deterioraç­ão do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel bancada pela União. Além disso, pesquisas eleitorais têm mostrado dificuldad­e de candidatos pró-mercado ganharem tração na corrida presidenci­al. Com isso, o BC vem atuando com mais força nos mercados.

A alta do dólar vem alimentand­o as apostas de elevação da Selic em breve. Para especialis­tas, caso o dólar permaneça acima do patamar de R$ 4, a atual política monetária do BC teria de ser alterada.

Bolsa recua 3%

A apreensão com o cenário eleitoral também levou o Ibovespa a fechar em queda de 2,98%, a 73.851 pontos, menor patamar de fechamento desde 20 de dezembro de 2017. No pior momento, despencou 6,5%, a 71.161 pontos.

A recuperaçã­o de alguns papéis, reflexo do tradiciona­l movimento de busca por barganhas, ajudou a afastar o índice das mínimas. Ainda assim, apenas três das 67 ações da carteira do Ibovespa terminaram o dia em alta.

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