5 DIAS: 100 ATAQUES
Ocorrências no interior de Minas continuam crescendo em meio ao mistério sobre a motivação dos crimes. Ontem, novos atentados foram registrados em Alfenas, Uberlândia, Sacramento e João Pinheiro
Mais ônibus queimados, ataques a policiais militares, agências bancárias e prédios públicos. Assim foi o quinto dia consecutivo de atentados supostamente promovidos em Minas Gerais por uma facção criminosa que, até onde se sabe, é capitaneada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). O curioso é que após mais de 100 ataques e 63 veículos queimados em 34 cidades mineiras, pouco se sabe sobre as reais motivações e os autores dos crimes.
Enquanto as dúvidas não são esclarecidas, os crimes seguem. Mesmo com o reforço militar, Uberlândia voltou a registrar ataques na madrugada. Na cidade, segundo o Sindett (Sindicato de Empresas de Transporte de Passageiros do Triângulo Mineiro), o prejuízo causado pelos ataques chegou a R$ 6,5 mi.
Os outros atentados de ontem foram em João Pinheiro, na região Noroeste do estado, Sacramento, no Alto Paranaíba, e Alfenas, no Sul de Minas. Até o momento, segundo a Polícia Militar, 51 pessoas foram presas e 22 adolescentes apreendidos por envolvimentos nos crimes. Ainda na quinta-feira, um homem apontado como um dos articuladores dos atentados no Sul de Minas acabou morto por policiais militares. A ação ocorreu em Pouso Alegre. Creonte dos Santos Nogueira estava foragido da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.
Investigações em sigilo
A Seap (Secretaria de Estado de Administração Prisional) confirmou a transferência de detentos que estavam na Penitenciária Aloísio Inácio de Oliveira, em Uberaba. Entre os transferidos estariam integrantes do PCC, mas a informação não foi confirmada pela Seap. Essa é uma das poucas informações relacionadas aos ataques. Praticamente tudo sobre os atentados segue em sigilo, inclusive a motivação.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Helbert Figueiró, a PM está coletando dados junto às pessoas que foram presas na tentativa de se chegar “à célula dessas organizações criminosas” responsáveis pelos atentados.