LENTES MARGINAIS
Com mais de 130 filmes na programação e focada na produção de vanguarda nacional, 13ª edição da CineOP tem início hoje na histórica Ouro Preto. A atriz Maria Gladys é a grande homenageada do evento
A força revolucionária que impactou a produção cinematográfica brasileira entre o final dos anos 1960 e o começo da década de 1980 serve agora de munição para a 13ª edição do CineOp – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que de hoje a domingo toma as ruas da histórica cidade mineira. Ao todo, serão exibidos 134 filmes em pré-estreias nacionais e mundiais (18 longas, cinco médias e 111 curtas-metragens), vindos de 12 estados brasileiros e três países: Espanha, Estados Unidos e França.
A atriz Maria Gladys, um dos símbolos dos cinemas Novo e de vanguarda, é a grande homenageada deste ano. “Fico feliz com esse tributo. Significa muito para mim, ainda mais por ser em Ouro Preto, onde já fiz dois filmes. É um lugar muito forte. Estou muito grata mesmo com a lembrança”, confessa a atriz, visivelmente atônita com a honraria.
Segundo Lila Foster, cura- dora do evento, a ideia era resgatar a importância artística dos filmes produzidos nesta safra do cinema nacional. “[São] trabalhos que serviram de resistência ao regime militar com novas formas de corporalidades na tela. Eles reagiram aquele cenário [e propuseram diferentes] relações entre o espectador e a imagem em movimento”, explica Lila. “São filmes performáticos, dissonantes e de intensa provocação social”.
Espalhada por três espaços da cidade (Cine Vila Rica, a Praça Tiradentes e Centro de Artes e Convenções), a programação traz como destaque os filmes “Quebranto”, de José Sette (2017), “Dawson City – Tempo Congelado”, do norte-americano Bill Morrison, e o clássico “Sem Essa, Aranha” (1970), de Rogério Sganzerla, que foi especialmente digitalizado para a mostra.
O documentário “Maria Gladys, uma atriz brasileira” (1980), dirigido por Norma Bengell, abre oficiamente o evento amanhã.
A programação completa da mostra pode ser conferida no site cineop.com.br.