Ex-auxiliar de Alckmin é preso por Rodoanel em SP
Operação da PF e do MPF (Ministério Público Federal) no âmbito da operação Lava Jato prendeu ontem 14 pessoas, entre elas Laurence Casagrande Lourenço, que é ex-diretor-presidente da Dersa (2011-2017), ex-secretário de Transportes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) entre maio de 2017 e abril deste ano e que presidia a Cesp até ontem, quando renunciou, sob acusação de fraude à licitação nas obras do trecho norte do Rodoanel SP, iniciadas em 2013 e ainda em execução.
Havia 15 mandados de prisão, mas um dos procurados está no exterior e, por isso, não foi detido.
Os mandados miravam ainda ex-executivos da OAS e da Mendes Junior, empreiteiras responsáveis pela obra, e outros ex-executivos da Dersa, ligada à Secretaria estadual de Transportes. Na casa de um dos presos, a PF apreendeu R$ 100 mil e US$ 5 mil em dinheiro.
Segundo a PF, a investigação começou em 2016, quando um ex-funcionário da Dersa denunciou sobre possíveis manipulações nesses termos. As apurações, de acordo com a PF, mostraram que aditivos incluíam novos serviços para efetuar retirada de rochas misturadas ao solo. Mas seria possível, de acordo com as investigações, prever que tal remoção seria necessária e, portanto, já contemplá-la no projeto inicial.
De acordo com os autos, o acréscimo desses serviços teria provocado sobrepreço de mais de R$ 131 milhões.
Por receber verbas federais também, a obra foi alvo de apuração do TCU (Tribu- nal de Contas da União) e da CGU (Corregedoria Geral da União). Os órgãos apontam superfaturamento de R$ 33 milhões e manipulação dos contratos que ocultou acréscimos indevidos de mais de R$ 600 milhões.
Não é a primeira investigação envolvendo obras do Rodoanel. Outra apuração mira possíveis irregularidades especialmente na desapropriação de terrenos para a construção. Por causa dela, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, ficou preso.