PF prende ex-diretor de subsidiária da Petrobras
Lava Jato. Djalma Rodrigues de Souza é acusado de receber R$ 17,7 milhões em propina para favorecer a Odebrecht em dois contratos. Prejuízo para estatal foi de R$ 1,8 bilhão
A PF (Polícia Federal) prendeu ontem, dentro da 52ª fase da Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petroquisa (Petrobras Química), subsidiária da Petrobras, Djalma Rodrigues de Souza. O filho dele, Douglas Campos Pedroza de Souza, também teve a prisão decretada e se apresentaria à noite em São Paulo. Djalma é acusado de ter recebido R$ 17,7 milhões para favorecer a empreiteira Odebrecht em contratos com outras duas subsidiárias.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a Odebrecht foi favorecida em contratos com a Petroquímica Suape (no valor final de R$ 1,9 bilhão, já com aditivos) e com a Citepe, de Pernambuco (valor total de R$ 3,5 bilhões). Acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, Djalma teria recebido os R$ 17,7 milhões entre dezembro de 2010 e março de 2014.
Auditoria da Petrobras indicou que os contratos causaram um prejuízo de R$ 1,8 bilhão à estatal.
Em seu despacho, o juiz federal Sérgio Moro afirmou que Djalma mantinha parte do valor em “quatro contas em nome de off-shores” no Reino Unido, na Suíça e nas Bahamas. Ele teve a prisão decretada em outubro, mas Mo- ro revogou a ordem porque o ex-diretor tinha feito uma cirurgia bariátrica recentemente. Douglas seria um dos beneficiários das contas.
Djalma Souza foi preso preventivamente no Rio de Janeiro e transferido para a sede da PF em Curitiba. Já a prisão de Douglas é temporária. Batizada de Operação Greenwich, a 52ª fase da Lava Jato cumpriu ainda nove mandados de busca e apreensão.
O Metro Jornal não localizou o advogado de Djalma, Gentil Ferreira de Souza. Em nota, a Odebrecht afirmou que “as investigações que resultaram na 52ª fase da Operação Lava Jato têm origem em informações fornecidas na colaboração da Odebrecht e de seus ex-executivos”.