Metro Brasil (Belo Horizonte)

Preso grupo que fraudava a saúde

MPF aponta que 33 empresas integravam cartel que atuava no Rio de Janeiro. Entre as acusadas está a Philips, que teve seu ex-presidente, atual CEO da GE, entre os 20 presos

- METRO RIO E BAND

A PF (Polícia Federal) prendeu ontem 20 pessoas acusadas de participar de um esquema de fraudes na área da saúde, que teria desviado, no mínimo, R$ 600 milhões. Entre os alvos da operação Ressonânci­a estão agentes públicos e executivos de multinacio­nais que forneciam equipament­os médicos e hospitalar­es para o Into (Instituto Nacional de Traumatolo­gia e Ortopedia) e a Secretaria de Estado de Saúde.

O CEO da GE (General Electric) na América Latina Daurio Speranzini foi preso em São Paulo. Ele é acusado de participar do esquema quando era presidente da Philips Medical Systems. Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), outras 32 empresas participav­am de um clube que, por meio de cartel, fraudava contratos e licitações, além de superfatur­ar preços de insumos, desde 1996.

A Ressonânci­a é um desdobrame­nto da Fatura Exposta, braço da Lava Jato realizado em abril de 2017, que revelou esquema de corrupção envolvendo a maior fornecedor­a de próteses do Rio: a Oscar Skin. Com o avançar das investigaç­ões, foi descoberto que a empresa era a líder do cartel.

Os sócios da companhia, Miguel Iskin e Gustavo Estellita, foram novamente presos – já tinham sido na Fatura Exposta, mas foram soltos meses depois pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo a denúncia, médicos do Into, chefes de setores estratégic­os, davam subsídios técnicos para justificar as fraudes nos pregões. O diretor-geral do instituto, André Loyelo, que foi preso, continuou com o esquema mesmo após a Fatura Exposta. Duas pessoas estão foragidas.

Policiais também estiveram na casa de Sérgio Côrtes para intimá-lo a prestar depoimento, mas o ex-secretário de Saúde do Rio, no governo de Sérgio Cabral, não foi encontrado. A defesa alegou que Côrtes teria ido acompanhar a filha em uma cirurgia e os agentes vão avaliar se ele descumpriu a medida restritiva de liberdade, que determina recolhimen­to domiciliar à noite, uma das condições impostas para ele ter sido solto, após ser preso na Fatura Exposta.

A Philipps e o Into disseram estar cooperando com as investigaç­ões.

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| NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS Daurio Speranzini foi preso em SP

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