PSB e MDB podem se unir na disputa ao governo
Chapa mineira deve ser encabeçada por Marcio Lacerda; Adalclever Lopes é cogitado como vice
Alternativa à tradicional disputa entre PT e PSDB no estado, a candidatura de Marcio Lacerda (PSB) ao Palácio da Liberdade ganha novos contornos no xadrez eleitoral. Confirmada ao Metro Jornal por uma fonte ligada ao ex-prefeito de Belo Horizonte, a negociação entre o pessebista e o MDB para composição de uma chapa única avança. A possível aliança irrita uma ala do partido, principalmente dos pré-candidatos a deputado estadual e federal.
Nas conversas, é discutida a possibilidade do MDB, principal partido da base de Pimentel (PT) ao longo dos últimos três anos, indicar um vice-governador que acompanharia Lacerda na campanha eleitoral. O mais cotado é o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes – na última semana, os novos dirigentes do partido do estado, que destituíram Antônio Andrade do posto neste mês, ha- viam definido apoio à candidatura do deputado estadual. “A primeira pessoa que vamos conversar é o ex-prefeito Marcio Lacerda. Além da questão da candidatura própria, vamos pedir a relação dos candidatos a deputados federal e estadual porque a coligação deverá ser completa”, declarou à época o presidente emedebista, Saraiva Felipe. Em es- tados como Pernambuco e Rio Grande do Sul, já há aproximações entre PSB e MDB.
Aliados de Lacerda não descartam também conversas com outras legendas, inclusive o PT. “Neste momento, não há nenhuma porta fechada”, declarou a fonte. Após reunião da Executiva estadual, o PDT indicou ontem o deputado estadual Fá-
bio Cherem para vice na chapa socialista. O apoio ajudaria a montar um “palanque sólido” em Minas para a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República.
‘Não aceitamos’
Enquanto Lacerda e MDB estão mais próximos, os pré-candidatos ao Legislativo pelo PSB rechaçam a aliança emebebista. Pelo menos 40 integrantes do partido encaminharam nesta semana uma carta à direção nacional com críticas às articulações do ex-prefeito. “Viemos manifestar que a eleição de deputados não vem sendo tratada como prioritária em Minas, pela direção estadual do partido, como também pela pré-candidatura majoritária. Esse fato é agravado pela instabilidade de posicionamento de Lacerda, ora se pronunciando como candidato ao governo, ora a vice-presidência da República”, resume.
Para o deputado federal Júlio Delgado, que foi presidente do partido em Minas, o MDB está em um campo ideológico distinto. “Não há nada sacramentado. Não é uma vontade própria, é unanimidade no partido. O MDB mineiro foi fiador do Eduardo Cunha, que já fez tanto mal para o parlamento brasileiro”, alegou.