EM ROTA DE COLISÃO
Marcio Lacerda critica PSB nacional, ignora ordem e tentará última cartada para manter sua candidatura ao governo de Minas. No PSDB, Aécio confirma que concorrerá como deputado federal
Marcio Lacerda (PSB), ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato ao governo de Minas, anunciou que não vai abrir mão de seu nome no pleito, contrariando a decisão da executiva nacional pessebista. O político também negou qualquer hipótese de integrar a chapa de Fernando Pimentel (PT) à reeleição.
O movimento do PSB de vetar Lacerda faz parte de um acordo de apoio com o PT nos estados, que também retirou a candidatura de Marília Arraes (PT) em Pernambuco para favorecer a campanha do governador Paulo Câmara (PSB). Em coletiva realizada ontem na capital, o pré-candidato classificou a decisão como algo da “velha política”. Para se manter na disputa, Marcio pretende levar sua candidatura para a convenção estadual do partido, marcada para amanhã, e convocou a presença dos delegados estaduais.
“É necessário que o candidato tenha cometido alguma infração em relação às diretrizes que se fazem em cada eleição. Como não existe nada disso, cheguei à conclusão óbvia de que estávamos enfrentando uma truculência, um ato antidemocrático, absolutamente injusto e que me provocou muita revolta e muita indignação, e me levou a insistir nesta candidatura”, afirmou.
Caso a decisão do PSB mi- neiro atropele os acordos nacionais firmados pelo partido, o presidente da sigla, Carlos Siqueira, deverá dissolver o diretório estadual do PSB em Minas Gerais. Nesse caso, Lacerda não descartou entrar na Justiça para manter sua candidatura. “É possível uma judicialização. Tudo o que estiver ao nosso alcance para defender a candidatura, nós iremos atuar dentro dessas possibilidades”, declarou o ainda pré-candidato.
Alianças
Na coletiva, Lacerda foi acompanhado pelo deputado estadual Fábio Cherem (PDT) e o deputado federal Jaime Martins (Pros). Ambos fazem parte dos partidos que já estavam fechados com a coligação do PSB em Minas.
Caso a situação seja judicializada, segundo o ex-prefeito, alguns apoios que estavam sendo negociados dificilmente serão mantidos. “A dificuldade disso é que tornaria, do ponto de vista da formação de coligação, um ambiente frágil e inseguro para outros partidos”, declarou. Além do PDT e Pros, Lacerda havia se aproximado do MDB, enquanto mantinha diálogo com o pré-candidato ao governo mineiro, Rodrigo Pacheco (DEM).
Se não for possível manter a candidatura, Lacerda pretende ter atuação expressiva na campanha para o governo de Minas e não descarta apoiar outro candidato. “De uma forma ou de outra nós teremos protagonismo na eleição. Não sabemos como. De repente até apoiando uma outra terceira via”, declarou.
“Estou sendo vítima de um ataque da velha política. Da política dos acordos escondidos. Do toma lá dá cá. Estou há dois anos viajando por Minas, ouvindo o povo mineiro, custeando despesas do meu bolso sem depender de partido, mas vou resistir até a vitória em outubro. Sou candidato sim”
MARCIO LACERDA, PSB