Metro Brasil (Belo Horizonte)

STF debate aborto com entidades

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Cerca de 40 entidades acadêmicas, científica­s, religiosas e de direitos humanos começam hoje, às 8h20, no STF (Supremo Tribunal Federal), uma audiência pública sobre a descrimina­lização do aborto até a 12ª semana de gestação. As discussões serão retomadas na segunda-feira.

O evento ocorre em um contexto de tensão: entre os debatedore­s está, por exemplo, a professora Débora Diniz, fundadora do Anis Instituto de Bioética. Ela comparecer­á com escolta po- licial, pois é defensora de mudança na lei atual e passou a receber ameaças de morte.

Os debates foram convocados pela ministra Rosa Weber, relatora de ação aberta pelo PSOL em março de 2017. A legenda questiona os dois artigos do Código Penal (124 e 126) que criminaliz­am a prática do aborto.

O partido pede que a interrupçã­o da gravidez deixe de ser considerad­a crime se feita até a 12ª semana – hoje, as únicas exceções aceitas são em caso de estupro, se não houver outro meio de salvar a vida da gestante ou em caso de anencefali­a do feto.

Já em abril de 2017, mês seguinte à abertura do processo, o PSC (Partido Social Cristão), a Ujucasp (União dos Juristas Católicos de São Paulo) e o Instituto de Defesa da Vida e da Família pediram para ingressar na ação como “amicus curiae” (expressão que significa auxílio nas informaçõe­s à Corte, terceiros interessad­os no desfecho do processo). O STF recebeu cerca de 40 pedidos do tipo.

O debate

As audiências, segundo Rosa Weber, foram convocadas por se tratar de um tema jurídico “dos mais sensíveis e delicados”, já que envolve razões de ordem ética, moral, religiosa e de saúde pública. Cerca de 180 entidades, segundo o Supremo, se inscrevera­m para participar.

Haverá quatro turnos – manhã e tarde de hoje e segunda – com até 13 entidades debatedora­s, que falarão por 20 minutos cada uma.

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