Análise política A LONGA SEMANA
O último fim de semana promete ser o mais longo do ano, se depender do calendário eleitoral dos mineiros. De fato, a reunião que o PT, PSB e MDB fizeram ao longo dos últimos sábado e domingo não terminou. Começa que a coligação armada na madrugada de segunda-feira numa conhecida Casa Amarela, da Savassi, unindo o PSB e o MDB, não deu liga, não colou, pelo menos na ótica dos socialistas, e ameaça agora a ter como candidato, sem o PSB, o deputado estadual Adalclever Lopes, do MDB, como cabeça de chapa, ele que é extraoficialmente o vice do ‘candidato’ Marcio Lacerda. E por que tudo isso?
Por que o Congresso Nacional do PSB concluiu por anular a convenção que o ex-prefeito realizou em Belo Horizonte, e desautorizou a sua candidatura ao governo do estado, cumprindo assim o acordo nacional que assinou com o PT – como aconteceu em Pernambuco em que a petista Marília Arraes retirou sua candidatura ao governo para disputar uma cadeira na Câmara Federal. Em Belo Horizonte, Marcio reagiu à intervenção do partido e pediu o registro de sua candidatura ao TRE e ao TSE, na expectativa de que possa cumprir o acordo feito com o
MDB, formando a coligação com mais sete partidos. Lacerda ontem, por sinal, indicou Adalclever como coordenador da campanha. Não se sabe porque receia perder no TSE ou porque o partido do deputado tem mais poder de fogo.
Se pelo lado do PSB as coisas estão complicadas, no PT as coisas não estão ainda inteiramente acertadas. Falta um nome para compor a chapa que tem o governador Fernando Pimentel à reeleição, a deputada Jô Morais com o vice e a ex-presidente Dilma Rousseff como, até agora, única candidata ao Senado. Na ata entregue ao TRE, consta o nome de Cidinha de Jesus, que preside o partido em Minas, para a segunda vaga, mas o PT ainda busca um nome nome eleitoralmente forte, que pode surgir entre seus deputados – dois, aliás, campeões de votos em suas regiões, um estadual e outro federal.
Por isso é que se pode dizer que o último fim de semana não terminou para os partidos políticos envolvidos na disputa pelo espólio do MDB – ou do PSB, tanto faz. Os outros partidos não estão nessa partilha, sobretudo depois que o PSDB trouxe a capital alguns de seus caciques para persuadir o então candidato, Rodrigo Pacheco (DEM) a deixar a quimera e cair na real, compondo a chapa para o Senado do tucano Antonio Anastasia, que voa até agora sem sobressaltos.