Metro Brasil (Belo Horizonte)

Argentinos divididos sobre aborto no país

Levantamen­to feito por jornal mostrava que dos 72 senadores, 38 votariam ontem contra projeto de lei que permite interrompe­r gravidez pelo sistema público de saúde

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O Senado da Argentina debateu e votaria ontem um projeto de lei para legalizar o aborto, já aprovado em parte pelos deputados, em meio a manifestaç­ões a favor e contra perto do Congresso (e até no Brasil). A votação estava prevista para acontecer no final da noite ou começo da madrugada. Levantamen­to feito pelo jornal argentino “Clarín” mostrou que dos 72 senadores, 38 votariam contra, e 31, a favor. Os três votos restantes são de um indeciso, uma abstenção e uma ausência.

Aprovado em junho pelos deputados, depois de quase um dia de discussão, o projeto de lei garante a possibilid­ade de abortar até a 14ª semana de gestação dentro do

sistema público de saúde, de maneira gratuita, algo que atualmente só é permitido em casos de estupro e de risco de vida para a gestante.

O debate do projeto envolveu oposição e governista­s e causou uma divisão profunda na sociedade. Organizaçõ­es de direitos hu-

manos e grupos feministas, que se identifica­ram com lenços verdes, defendiam a medida, enquanto grupos católicos e religiosos, com lenços azuis, a rejeitavam.

Os defensores argumentam que os abortos clandestin­os são a principal causa de mortalidad­e materna na Argentina e que as mulheres com poucos recursos são as mais sujeitas a realizar esses procedimen­tos em condições insalubres.

“É um tema que divide muito a sociedade”, disse o senador José Alperovich, da província de Tucumán, no norte da Argentina. “Mas depois de ter falado com muitos tucumanos e percorrido a província, decidi votar contra.”

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| REUTERS Manifestan­tes contra (esq) e a favor do aborto, ontem, em Buenos Aires

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