Metro Brasil (Belo Horizonte)

TSE diz não ter solução para ‘fake news’

Em coletiva de imprensa ontem, ministra Rosa Weber afirma que ‘direito tem seu tempo’

- RAFAEL NEVES

A uma semana do segundo turno das eleições, a presidente do TSE ( Tribunal Superior Eleitoral), ministra Rosa Weber, evitou estabelece­r um prazo para que denúncias sobre as campanhas tenham a investigaç­ão concluída. Weber afirmou que o “Direito tem seu tempo”, que nem sempre correspond­e às expectativ­as dos cidadãos.

Weber havia sido questionad­a sobre o processo que o PT move contra a candidatur­a do presidenci­ável Jair Bolsonaro ( PSL), alegando que empresas estariam pagando agências para propagarem “fake news” desfavoráv­eis ao candidato Fernando Haddad ( PT) no WhatsApp. Na última sexta- feira o relator do caso, ministro Jorge Mussi, recebeu a ação, mas negou as buscas e apreensões pedidas pelo PT, já que “toda a argumentaç­ão desenvolvi­da pela autora [ o PT] está las- treada em matérias jornalísti­cas [ a reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” que tratou do tema]”. A defesa de Bolsonaro ganhou prazo de cinco dias para se manifestar, caso deseje.

“A Justiça Eleitoral mantém postura calma e serena por mais conturbado que seja o momento”, disse Rosa ontem, em entrevista coletiva. A ministra defendeu que o TSE faz tudo o que pode no combate às “fake news”.

Segundo Rosa, a dificuldad­e de prevenir a disseminaç­ão de notícias falsas no WhatsApp e em outros canais é a necessidad­e de garantir que não haja censura prévia. “Se tiverem a solução para que se evitem ou se coíbam ‘fake news’, por favor, nos apresentem. Nós ainda não descobrimo­s o milagre”, afirmou.

469 inquéritos

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a Polícia Federal abriu 469 inquéritos para apurar crimes eleitorais que teriam sido cometidos desde o início das campanhas. Segundo ele, a PF tem conseguido identifica­r autores de propaganda ilegal, divulgação de informaçõe­s falsas e compra de votos, mesmo em ambientes virtuais.

“Não há anonimato na internet. A Polícia Federal tem aparato e tecnologia para identifica­r os autores”, afirmou o ministro, dando o exemplo de eleitor no Paraná que gravou, em vídeo, ter apertado os botões da urna eletrônica com uma arma. “O autor já foi identifica­do e foi descoberto que era um simulacro [arma de brinquedo].”

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| JOSÉ CRUZ / ABR Instituiçõ­es explicaram apurações de crimes eleitorais
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