NO BAILÃO DO ROD STEWART
CANTOR BRITÂNICO LANÇA SEU 30O CD, EM QUE MISTURA ALEGRIA À MELANCOLIA
Não dá para encaixar em um único gênero o novo disco de Rod Stewart, “Blood Red Roses”, o 30º da carreira. Aos 73 anos, o britânico se arrisca para além das fronteiras do rock, ao mesmo tempo em que explora a voz rouca e áspera que se transformou em sua marca registrada. “Foi um trabalho de amor escrever essas 13 faixas. Quero ver o que vocês acham”, escreveu Rod no Twitter
Já na abertura, as batidas aceleradas de “Look In Her Eyes”, com forte influência da música eletrônica, sinalizam a guinada para uma sonoridade que, neste caso, é quase experimental. Rod coloca os pés em diferentes gêneros, mas nunca mergulha completamente.
Prova disso é que, na faixa seguinte, os acordes arrojados da guitarra dominam “Hole in My Heart” e produzem um som mais pop, que poderia estar na voz de qualquer diva fenômeno da música contemporânea.
Em “Farewell”, o cantor inaugura um tema recorrente no trabalho: a nostalgia. Se as duas primeiras
faixas apresentam arranjos melódicos mais animados, a terceira instaura uma ótica um pouco mais sombria,
tanto no ritmo pungente, quanto no conteúdo lírico mais melancólico.
“Adeus minha irmã, não me deixe vê-la chorar. Você vai virar uma estrela”, lamenta na letra, escrita há mais de quatro décadas.
No entanto, é na balada “Didn’t I” que o clima fica mesmo obscuro. Em um pop-rock moderno, o artista canta sobre um pai que se culpa por não conseguir tirar a filha dos vícios por drogas. “Quero segurá-la em meus braços, acariciar os seus cabelos e compartilhar sua dor”, diz a letra.
Nas faixas seguintes, o pop animado volta a aparecer, mas sempre alternando com canções mais emotivas. As batidas disco de “Give Me Love” trazem respiro à sequência de músicas de matriz instrumental calma.
Com essas alternâncias, Rod constrói uma montanha-russa de emoções que faz juz ao título do CD: “Rosas Vermelho Sangue” (em tradução livre). E, assim, ele mostra que, com 50 anos de carreira, ainda tem o que criar.