Central de bloqueios faz quatro meses
Ferramenta online que deixa celulares inutilizáveis em casos de roubo tem 50 solicitações semanais no estado
Nas ruas ermas e escuras da região da Savassi, Flávia Costa, de 24 anos, voltava de uma festa quando foi abordada por um homem. Sem reação, ela precisou entregar o celular e só pensou em correr. “Foi tudo muito rápido, o rapaz anunciou o assalto e também desapareceu em seguida”, contou. Passado o susto, vieram os trâmites para bloqueio da linha e do aparelho. “Foi quase o dia todo para resolver isso”, disse. Assim como a administradora, mais de 32 mil pessoas tiveram os aparelhos levados no estado entre janeiro e setembro deste ano.
Com os registros nas alturas, uma ferramenta da Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública) lançada há quatro meses facilita o blo- queio dos celulares e tenta inibir os crimes em Minas Gerais. Com pelo menos 50 solicitações por semana, o dispositivo ainda é pouco conhecido entre a população. “Se eu soubesse [do dispositivo], teria facilitado demais a minha vida”, disse Flávia.
A Cbloc (Central de Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais) deixa os aparelhos inutilizáveis aos criminosos por apenas três cliques. Basta a vítima que teve o aparelho roubado acessar a página da pasta (cbloc.seguranca. mg.gov.br), fornecer o número do telefone, dados da pessoa e o boletim de ocorrência. Antes, era necessário ter em mãos o número do IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel) do celu- lar levado, que dificilmente se tem depois que o equipamento é subtraído ou que a caixa do celular já foi para o lixo.
Caso o aparelho seja recuperado, é possível fazer o desbloqueio na mesma página. Depois que a solicitação é realizada, os profissionais da Sesp fazem junto à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) o pedido de bloqueio, realizado em menos de 24 horas. O objetivo da pasta é tornar a central ainda mais conhecida. “Trabalhamos para que este número seja cada vez maior, pois a inutilização do aparelho reflete diretamente na criminalidade”, finalizou o superintendente de Integração e Planejamento Operacionais da Sesp, Leandro Almeida.