A PORTO ALEGRE DE POUCO ASFALTO E MUITA CARNE
Apesar de ser a maior Porto Alegre genérica, o carro do Google Street View nunca passou lá. Pela cor das ruas no mapa, é possível achar a pista de que não há pavimentação na maior parte das vias. E sem asfalto não pode haver buracos iguais aos da capital do RS. Mas o cenário está mudando. A prefeitura iniciou o asfaltamento de um bairro todo – até então, somente a BR-158 era pavimentada.
Mais uma diferença é a segurança. “Não é um problema”, diz José Maurival Cavalcante Luz, 58 anos, dono do jornal “O Interior”. Ele conta que a vida é tranquila, há lazer (rali, ecoturismo, canoagem e uma prainha no rio Tapirapé) e futebol. Futebol? Tem times de futebol na cidade, Maurival? “Sim. Masculino e feminino”, responde.
Há muitos gaúchos em Porto Alegre do Norte – inclusive a sogra do Maurival –, e, por isso, é possível ver cuias de chimarrão acolá. Mas o assunto, nos últimos meses, foi nacional: a eleição. A esperança é de que os eleitos tragam para o município o prometido hospital regional.
Falando em política, o prefeito Daniel Rosa do Lago (PDT), 57 anos, não tem maioria na Câmara. Somente dois vereadores do seu partido se elegeram em 2016, dos nove parlamentares da cidade. Só que Lago não sofreu tranca-rua semelhante ao que os vereadores da capital gaúcha impuseram ao prefeito Nelson Marchezan Júnior. Lago dá a dica: “Comprei dez computadores para três es- colas. Vou falar com os professores e falo o nome dos vereadores também. E eles ficam tudo contente. E a população não pega mais no pé, dizendo que eles não fazem nada.”
Porto Alegre do Norte vive da pecuária e da agricultura. Chama atenção a quantidade de casas comerciais voltadas para o consumo de carne. Tem Churrascaria Paraíso, Açougue Rei da Carne, Espetos do Silvio, Açougue Boi de Ouro, Espetus Paraíso... Uma explicação é óbvia, tem muita gente do sul do país em Porto Alegre do Norte. “O pessoal é carnívoro”, garante o prefeito.