Portaria recebe 20 presentes e cartas por dia
A guarita do Vivendas da Barra se transformou em “caixa de correio” do presidente eleito. “Entregam cerca de 20 itens para ele aqui por dia, entre envelopes e presentes”, contou um dos porteiros.
Uma das entregas de ontem foi feita pela assistente financeira Luciana Duarte, 38 anos, que deixou uma carta para Bolsonaro. “Ele já participou de um ato que fizemos [pais de alunos da escola Pedro II] contra a ideologia de gênero e a doutrinação político-partidária. Vim agradecer o apoio e pedir para ele não esquecer da gente”, contou.
Pessoas querendo ajudar o governo também não faltam. “Quero oferecer meu trabalho, mostrar propostas com cunho pedagógico”, disse a professora Teresa Cristina, 49, que deixou seu nome e telefone em um bilhete na portaria.
No Twitter, Bolsonaro postou a foto de um quadro, que traz a sua imagem com a faixa presidencial, para agradecer os mimos que ganhou. Após sair de casa para ir ao banco pela terceira vez nos últimos quatro dias, Bolsonaro reconheceu que há dificuldades em aprovar a reforma da Previdência em 2018. “Ele [Paulo Guedes] está achando que dificilmente aprova alguma coisa este ano”, afirmou, referindo-se ao futuro ministro da Economia, que o visitou ontem: “Não é esta a reforma que eu quero.”
Para o presidente eleito, a reforma tem de começar pelo setor público, além de observar os dados com o “coração”. “Tem de olhar os números e o social também. É complicado, mas você tem de ter o coração nessa reforma. Olhar os números de forma fria, qualquer um faz, nós não queremos isso”, disse, criticando aposentadorias acima do teto: “Excessos de privilégios.”
Rumo a Brasília
Bolsonaro viaja hoje para Brasília – sua decolagem do aeroporto Tom Jobim (Galeão) foi marcada para às 7h –, onde deve permanecer pelo menos até amanhã.
Na capital federal, o presidente eleito começará as atividades no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), onde atua a equipe de transição. Em seguida, deve visitar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o TST (Tribunal Superior do Trabalho) e o STM (Superior Tribunal Militar).
Já amanhã Bolsonaro receberá parlamentares e embaixadores, além de ir ao CCBB.
O ministro extraordinário Onyx Lorenzoni projeta que é possível definir, até amanhã, quantos e quais ministérios haverá. “Talvez na quarta se fale em um desenho definitivo”, disse.