MEDIDA PALIATIVA CONTRA UM GRAVE PROBLEMA
Após temporal matar duas pessoas e deixar rastro de destruição, prefeitura irá instalar sirenes na região da Vilarinho
Uma reunião a portas fechadas realizada ontem na sede da Prefeitura de Belo Horizonte discutiu medidas para minimizar os estragos recorrentes causados pela chuva, especialmente nas regiões Norte e Venda Nova. A instalação de sirenes e placas luminosas na avenida Vilarinho, onde três pessoas morreram em virtude dos alagamentos na última quinta-feira, está entre os planos analisados. A ideia é alertar os motoristas e pedestres e evitar que eles passem pelo local em dias de temporais.
Segundo o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil de BH, os equipamentos funcionariam com sistema de voz para emitir alertas aos moradores e motoristas sobre o risco de alagamento. “Não é simples a solução, mas nós vamos estudar a instalação de sirenes de alerta, para que as pessoas possam conhecer o perigo que está se aproximando”, disse. A data para a implantação da medida, no entanto, não foi especificada pelo coronel. “O setor público tem uma burocracia, um tempo para se concretizar alguma coisa, até mesmo se for emergência. Então nós ainda precisamos identificar qual o melhor equipamento, qual pode ser ligado no poste e acionado pelo COP-BH [Centro de Integrado de Operações de Belo Horizonte], ver se ele tem fibra ótica. Temos que fazer aquilo que for mais rápido. O que nós podemos fazer de imediato é aprimorar o fechamento das vias, talvez com mais gente ou até contratando alguém para nós ajudar nisso”, explicou.
Outra ideia estudada pela prefeitura é aprimorar o fechamento das vias com risco de inundação no momento de temporais. Na última quinta-feira, dia mais chuvoso do ano em Belo Horizonte, algumas pessoas não respeitaram as interdições da Defesa Civil. “Nós mandamos equipes pra fechar as ruas. Inclusive no dia dessa inundação de quinta-feira, havia gente da Defesa Civil lá, fechando as ruas. Não posso dizer que é o caso das vítimas, mas não respeitaram o fe- chamento e adentraram nas áreas. O que tem que ser feito é o aprimoramento dessas medidas através do monitoramento”, afirmou.
Além dessas medidas, o secretário Municipal de Obras e Infraestrutura de Belo Horizonte, Josué Valadão, disse que o prefeito Alexandre Kalil (PHS) já autorizou uma parceria com a Fundação do Centro Tecnológico de Hidráulica para aprimorar a previsão do tempo, e determinou que não há limites de recursos para diversas obras de contenção de enchentes em córregos que estão em andamento. Ainda não há prazo definido para a implantar medida.
Promessa antiga
A ideia de instalar sirenes para alertar a população sobre o risco de alagamentos foi novidade em 2012, quando o então prefeito de BH, Marcio Lacerda, disse que a medida precisaria ser estudada. Na ocasião, um homem morreu após ter o carro arrastado para dentro de um córrego no bairro Castelo, na região da Pampulha. O episódio ficou marcado pela declaração feita por Lacerda de que faltou a prefeitura “ter sido um pouco mais babá” do cidadão.