Castello Branco será novo presidente da Petrobras
Economista indicado por Paulo Guedes diz que privatização não está na pauta da nova administração. Mercado aprova escolha
O economista Roberto Castello Branco aceitou convite da equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar a Petrobras. A informação foi confirmada ontem pela assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Crítico à intervenção do Estado na economia, Castello Branco é defensor da privatização não só da Petrobras, mas de outras empresas. Em entrevista a veículos de imprensa ontem, o economista disse que o assunto não está na pauta da nova administração.
Ele não descarta, porém, a saída da empresa de áreas hoje consideradas estratégicas, como a distribuição de com- bustíveis. Segundo Castello Branco, a prioridade de sua gestão será a exploração de petróleo na camada pré-sal.
Bolsonaro repetiu ontem que parte da Petrobras deve ser privatizada. “Alguma coisa da Petrobras pode ser privatizada, mas não toda. A Petrobras é estratégica”, declarou.
Para analistas, a indicação do economista sinaliza continuidade de uma política pró-mercado no setor de petróleo. “Esperamos que o processo de desalavancagem e o programa de desinvestimento da Petrobras continuem sob o mandato de Castello Branco”, escreveram analistas do Banco Bradesco BBI.
Indicado por Guedes, Castello Branco é atualmente diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da FGV (Fundação Getúlio Vargas), onde tem doutorado. Seu pós-doutorado foi feito na Universidade de Chicago.
Ele já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, além de ter feito parte do conselho de administração da Petrobras.
O economista substituirá Ivan Monteiro, que pode ser escolhido para chefiar o Banco do Brasil. A Petrobras disse que a indicação de Castello Branco não foi formalizada e passará pelo conselho da empresa.