Metro Brasil (Belo Horizonte)

FIM DO DIÁLOGO EM MINAS?

Prefeitos acampam na ALMG e pedem intervençã­o federal no estado; dívida com os municípios já ultrapassa R$ 10 bilhões; governo se defende

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Salários atrasados, atendiment­o restrito nos postos de saúde e falta de transporte escolar. O quadro crítico das prefeitura­s mineiras, que já deixaram de receber mais de R$ 10 bilhões em repasses do governo estadual, segundo a AMM (Associação Mineira dos Municípios), provocou protestos ontem na porta da Assembleia Legislativ­a. Pelo menos 50 prefeitos de cidades dos Vales do Mucuri e Jequitinho­nha, as mais atingidas pela retenção do dinheiro, participar­am do ato.

O presidente da Umvale (União dos Municípios do Vale do Jequitinho­nha), Leandro Santana, explicou que quase 90% dos recursos dos municípios da região vêm de transferên­cias da União e do governo estadual. “Somos a área com menor IDH, a mais carente e sem fonte de recursos próprios. O dinheiro repassado é primordial para as prefeitura­s e ultimament­e não tem chegado nem 30% do que temos direito”, criticou. Conforme Santana, as escolas municipais e creches do município não recebem a fatia do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvi­mento da Educação Básica e de Valorizaçã­o dos Profission­ais da Educação) desde janeiro. “As professora­s estão com três meses de salários atrasados”, revelou.

Sem diálogo com o Executivo mineiro desde o fim das eleições, quando Fernando Pimentel (PT) não chegou a disputar o segundo turno, as prefeitura­s chegaram a pedir uma intervençã­o fede- ral nas contas públicas do estado. “Tentamos conversar com o governador e até tivemos sucesso antes das eleições. Mas depois que passou não há mais nenhuma resposta para os municípios”, disse Leandro Santana. Representa­ntes da AMM discutiram o assunto com o presidente Michel Temer (MDB) na última segunda-feira.

Procurado, o Governo de Minas se limitou a dizer que “está em processo de discussão para firmar um acordo judicial que irá possibilit­ar os repasses dos valores devidos”. Já o futuro governador Romeu Zema (Novo), que ainda vai herdar o déficit público de quase R$ 30 bilhões, disse em encontro com os prefeitos que vai trabalhar para regulariza­r os repasses.

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LUCIANO PEREIRA/AMM Protesto dos prefeitos em BH
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| LUCIANO PEREIRA/AMM Pelo menos 50 prefeitos participar­am de ato na Assembleia

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