Guedes terá secretaria de privatizações
Futuro ministro confirmou que estrutura será criada e vinculada ao Ministério da Economia, mas ainda não detalhou as suas áreas e o que será prioridade
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou ontem que criará uma secretaria exclusiva para cuidar das privatizações no governo de Jair Bolsonaro (PSL). A estrutura terá, a princípio, o nome de “Secretaria de Privatizações e Desinvestimento”.
Procurado, Guedes não detalhou como funcionará o trabalho e quais serão suas áreas prioritárias. A tendência é que a secretaria substitua o atual PPI (Programa de Parcerias e Investimentos), criada pelo governo Temer em 2016 para cuidar de concessões e desestatizações.
Em documento encaminhado à equipe econômica de Bolsonaro com diretrizes para a transição, a atual Casa Civil – comandada por Eliseu Padilha (MDB) – sugere a privatização da Eletrobras (que já está em fase avançada de discussão) e da Infraero (ou mais concessões “em bloco” de aeroportos), por exemplo. O texto também aconselha o aumento de concessões rodoviárias e portos. Guedes tem dito, em entrevistas, que planeja privatizar os Correios e subsidiárias da Petrobras, entre outras estatais.
‘Imposto não’
Questionado se haverá aumento de impostos ou implementação de novos – tais como a recriação da CPMF, que foi cogitada durante a campanha de Bolsonaro –, Guedes negou. “Imposto não, aumento de imposto de jeito nenhum”, garantiu.
O primeiro escalão da economia do próximo governo está quase fechado. Joaquim Levy está confirmado no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Roberto Castello Branco presidirá a Petrobras e Roberto Campos Neto ficará com o Banco Central.
Faltam, entre outras definições, as novas presidências da Caixa e do Banco do Brasil. Guedes foi questionado sobre as tratativas para o preenchimento destes cargos, mas disse que os nomes ainda não estão fechados. RAFAEL NEVES